Multimeios Digitais e a Educação
Introdução
No mundo, todos os dias as transformações tecnológicas acontecem, devido essas mudanças as informações tornam-se cada vez mais rápidas, o desejo de estar informados, conectados, cresce cada vez mais, a educação também acompanha ou deveria acompanhar essas evoluções, pois os alunos estão cada vez mais ligados nessa tecnologia, já nascem nessa cibercultura e quando os recursos são integrados com o conhecimento acontece um ganho no ensino-aprendizagem. Hoje é difícil pensar em práticas pedagógicas distantes dos multimeios didáticos, visto que, o uso da internet, computador, vídeos, data show dentre outros recursos que se bem utilizados ajudam a estimular o aprendizado e a assimilação dos conteúdos de uma forma atrativa e com mais facilidade.
Mas como se utiliza os recursos tecnológicos produtores de mídias? E como se utiliza na educação?
É isso que veremos na nossa disciplina. Estudaremos um pouco de tudo sobre multimeios digitais, sua utilização básica e sua utilização na educação. Um pouco de teoria se faz necessário, mas não será muito apenas os princípios básicos para podermos produzir vídeos, imagens, sons, textos eletrônicos, etc. com uma qualidade boa.
Composição visual: fundamentos de linguagem
Desde o momento em que acordamos até a hora de dormir, recebemos informações visuais através dos nossos olhos. Ao longo do dia, somos bombardeados por imagens. Será que conseguimos perceber todas elas? Como apreendemos e usamos esses estímulos visuais?
A nossa percepção da realidade envolve processos mentais, psicológicos e cognitivos, a memória, aspectos biológicos e fisiológicos para captar e interpretar dados do mundo que nos cerca. São os nossos órgãos dos sentidos que coletam essas informações (luminosas, sonoras, olfativas, táteis) para reconhecer e identificar a realidade.
Com base nas informações que captamos pelos sentidos, construímos e inferimos uma representação interna da realidade apreendida, e criamos uma hipótese. O passo seguinte é a análise das informações, juntamente com as informações que vêm da nossa memória. Esses dois dados são interpretados e relacionados para formar a representação, a ideia do objeto real. Assim, criamos uma versão da realidade que é baseada na nossa percepção. Sentimos aspectos ou qualidades diferentes de um mesmo objeto real e unimos essas informações, usando a percepção para determinar
que é um objeto único.
A percepção visual se concentra na interpretação das informações que recebemos dos estímulos luminosos que são capturados pelos nossos olhos. Ela compreende a percepção das formas, a percepção espacial, das cores, da intensidade luminosa, do movimento, entre outros aspectos.
A linguagem visual, assim como a linguagem verbal e escrita, faz parte do nosso cotidiano e é uma das formas de preservar o conhecimento e a memória e serve como meio de comunicação e expressão. Ela transmite ideias e sensações através da organização espacial de símbolos reconhecíveis dentro da cultura, e sua mensagem é apreendida diretamente pela percepção visual.
O meio de se expressar por essa linguagem é através da criação de composições visuais. Nas Artes Visuais, se criamos uma pintura, uma escultura, um desenho, uma fotografia, uma instalação, estamos criando composições visuais, ou seja, organizamos elementos visuais que estruturam essa linguagem, dentro de um espaço e um suporte determinados, a partir de princípios que regem essas combinações. Nas palavras de Parramon (1988, p. 7), a composição visual é:
“No desenho ou na pintura, na arte figurativa, clássica, moderna ou abstrata, tal como na arte comercial ou na arte publicitária, a composição é sempre um fator primordial. Não é possível, na verdade, desenhar ou pintar um quadro – um bom quadro é claro –, sem contar com o fator composição, sem tomar em consideração a distribuição dos elementos, o equilíbrio e o ritmo entre umas e outras partes, o movimento e a organização de valores, com tudo isso subordinado à unidade do tema, a um centro de interesse principal. Esta combinação de fatores poderá ser formal e estudada ou, então casual, e também manifestar-se de forma evidente ou ficar oculta por tons e cores; contudo, de todos os modos, existe e é necessária condicionando em grande parte o mérito artístico da obra.”
Os elementos da linguagem visual são chamados de elementos formais. Criamos a partir do ponto, da linha, da forma, direção, tom, textura, cor, contraste, escala, dimensão e o movimento. E alguns dos princípios para ordenar os elementos dessa linguagem, dentro da composição, são o equilíbrio e instabilidade, tensão, nivelamento, aguçamento, atração e agrupamento, positivo e negativo, representação, simbolismo e abstração, simetria e assimetria, ritmo e harmonia. É com esse conjunto de elementos e conceitos que o artista trabalha para construção de sua obra e para se expressar visualmente. Portanto, esta disciplina acaba por fundamentar toda a criação visual nas Artes e na Comunicação Visual.
Atualmente, quando pensamos no uso da composição visual nas artes aplicadas, como na publicidade ou no design, a expressão do artista está diretamente atrelada à finalidade a qual a composição se destina. Geralmente, ela precisa comunicar algo sobre algum produto ou serviço, de forma a levar o observador a consumir, daí o uso eficiente dos conceitos da linguagem visual é determinante para se alcançar um objetivo mais imediato.
Contudo, com o desenvolvimento acelerado das tecnologias que se utilizam da linguagem visual, como a fotografia, o cinema, a televisão, os computadores, a web, sentimos a necessidade de se aprender o vocabulário dessa “sintaxe da linguagem visual”. Segundo alerta Dondis (2007, p. 1), as novas tecnologias, são “extensões modernas de um desenhar e de um fazer que têm sido, historicamente, uma capacidade natural de todo ser humano, e que agora parece ter-se apartado da experiência do homem.”.
A expressão visual é fruto da criação humana e a mesma mensagem pode ter significados diferentes para pessoas diferentes em situações diferentes. Assim, o entendimento dessa linguagem está atrelado ao conhecimento dos seus elementos básicos, aos princípios da técnica visual, às implicações fisiológicas e psicológicas da composição criativa (tanto do produtor quanto do receptor), e aos diversos meios e formatos em que ela pode ser produzida.
Além do desenvolvimento da tecnologia, a cultura e a influência do ambiente cultural, tanto do produtor como do receptor, também atuam no entendimento da mensagem visual. As teorias disponíveis consideram esse aspecto e nos dizem que, quando vemos uma composição, somos levados a ler como se lêssemos um livro. Nas culturas ocidentais, lemos da esquerda para a direita, de cima para baixo. Um desafio de uma boa composição é quebrar com esse padrão cultural de leitura, criando movimentos visuais que conduzam o olhar do observador pelo espaço compositivo, criando elementos diagonais, verticais ou horizontais pelo caminho.
Por outro lado, a nossa visão é capaz de abranger um campo visual de aproximadamente 180o na horizontal, tornando as composições horizontais mais naturais e confortáveis. Com isso, o nosso olhar favorece o ângulo inferior esquerdo. Mais uma vez, a composição deve ser pensada para conduzir o olho para as outras partes do espaço compositivo, não permitindo que a leitura inicie no lado superior esquerdo e pare no lado inferior esquerdo sem perceber o resto da informação visual.
Porém, pesquisas vêm sendo desenvolvidas ao longo dos séculos XX e XXI procurando mapear o olhar de forma a entender o comportamento do observador diante de uma imagem, buscando identificar e mapear as áreas de interesse e as desinteressantes para o olhar. Essas pesquisas culminaram no desenvolvimento de uma tecnologia chamada de eyetracker, que basicamente permite um mapeamento do olhar.
Essa tecnologia permite determinar o que o observador está olhando, quais os caminhos o olho percorre e a sequência de leitura ao observar uma imagem ou interface digital, por exemplo. O eye-tracking mapeia quais são os pontos de atração e por quanto tempo o olho se detém nesses pontos, e quais as áreas que não despertam interesse e passam despercebidas pelo olhar e os pontos de confusão.
Estudos feitos a partir das informações levantadas pelo eyetracker nos campos científicos/acadêmicos estão contribuindo para áreas como a psicologia, a linguística cognitiva e a medicina. No marketing e na comunicação, essa ferramenta tem sido usada para aplicações diversas como para determinar o comportamento do consumidor, a usabilidade de interfaces de Web, jogos, dispositivos móveis, televisão, imprensa, para citar alguns exemplos.
A utilização dessa ferramenta para o mapeamento do olhar tem demonstrado que não estamos condicionados ao modo de leitura de um livro. Nosso olhar entra por uma composição a partir do ponto de maior atração e vai percorrendo caminhos que levam a observar as áreas de interesse e desprezar as áreas sem atrativos para percepção visual. Isso muda a forma como podemos pensar a construção das composições visuais.
Sugestão de Tarefa
Pesquisar softwares de eyetracker e o seu funcionamento básico.
Elementos da percepção visual
O equilíbrio é uma condição natural do ser humano. Nós nos equilibramos sobre dois pés e o nosso corpo busca automaticamente um ponto de equilíbrio, conforme nos movimentamos, para nos mantermos estáveis. Assim:
“O equilíbrio é, então, a referência visual mais forte e firme do homem, sua base consciente e inconsciente para fazer avaliações visuais. O extraordinário é que, enquanto todos os padrões visuais têm um centro de gravidade que pode ser tecnicamente calculável, nenhum método de calcular é tão rápido, exato e automático quanto o senso intuitivo de equilíbrio inerente às percepções do homem” (DONDIS, 2007, p. 32).
A relação horizontal x vertical, externada de maneira esquemática pelos eixos horizontal e vertical na figura abaixo, organiza a espacialidade a nossa volta reconstitui a base da nossa estabilidade, o referencial para a nossa percepção de equilíbrio, é como nos relacionamos com o mundo e com as coisas à nossa volta.
Buscamos o equilíbrio nas composições visuais. Esperamos que seus elementos estejam organizados no campo visual de acordo com esse princípio, portanto o design deve saber como consegui-lo.
Portanto, em uma obra de arte, esse equilíbrio de forças se dá por meio do balanceamento ou compensação dos volumes presentes na composição, sempre um em relação ao outro. A nossa percepção visual de equilíbrio se associa à sensação física de equilíbrio, relacionando, assim, os conceitos de equilíbrio ao de peso visual. E, para conseguirmos equilibrar os pesos em uma composição, fazemos a compensação de volumes dos elementos compositivos
Segundo Parramon (1988, p. 34), a compensação se dá pela combinação dos seguintes fatores: “a) As dimensões de uns volumes em relação a outros. b) A distância que separa uns volumes dos outros. c) O valor total de uns volumes em relação aos outros”. E, para isso, o tamanho, as cores, e até mesmo a direção e posição no espaço influenciam para a obtenção do equilíbrio ou do desequilíbrio visual, como observamos na figura abaixo:
Como podemos observar nas figuras anteriores, os volumes muito escuros ou muito grandes têm maior peso visual comparados a volumes claros e menores. Outro fator que influencia é o aspecto visual dos materiais do que são feitos os objetos, sendo que os de materiais metálicos ou de pedra têm maior peso visual do que os objetos de tramas naturais, tecido ou vidro.
A direção, linhas e inclinações podem também reforçar a sensação visual de equilíbrio ou desequilíbrio. Volumes ou objetos com bases largas sugerem estabilidade. Já as bases estreitas passam a sensação de instabilidade e desequilíbrio iminente, assim como as diagonais.
E, por vezes, os mesmos elementos organizados de maneiras diferentes em um mesmo espaço é suficiente para estabelecer o equilíbrio ou provocar o desequilíbrio da composição. Como vemos nas figuras abaixo, apenas a distribuição dos volumes foi suficiente para expressar a ideia.
Contudo, o equilíbrio não é a única possibilidade compositiva, o desequilíbrio também pode ser usado como estratégia de comunicação visual. O desequilíbrio está em desacordo com a nossa percepção visual, uma vez que ela busca organizar as informações de forma equilibrada e harmoniosa visualmente. O desequilíbrio expressa confusão ou ambiguidade visual e gera dificuldade na leitura da imagem, por isso não é desejável na maioria dos casos.
Tensão, nivelamento, aguçamento
A ideia de tensão em uma composição é a de que os elementos se organizam de forma a criar uma instabilidade visual, uma perturbação no equilíbrio. O círculo é o exemplo disso. Quando olhamos para ele, buscamos estabilizar essa forma que é instável por natureza.
A análise e determinação do equilíbrio nas formas irregulares é mais complexa e mais difícil do que nas formas regulares, o que faz das formas irregulares elementos geradores de tensão visual nas composições.
O nivelamento, ou seja, aquilo que é estável, previsível e harmonioso na composição, opõem-se com o que é inesperado e que cria tensões visuais, ou seja, o aguçamento.
Um exemplo de nivelamento é um elemento colocado no centro geométrico de um retângulo; nessa posição, ele é estável e harmonioso. Se deslocarmos esse elemento para o canto superior direito, colocando-o fora do centro vertical e horizontal, teremos um exemplo de aguçamento.
Nos dois exemplos, conseguimos reconhecer o equilíbrio ou a ausência dele pela clareza do intensão da mensagem que se quer passar na composição.
Percepção e comunicação visual: atração e agrupamento
A lei do agrupamento vem da força de atração que os elementos sofrem nas relações visuais. Quando temos um ponto sozinho em um quadro, ele se relaciona com o todo do espaço em que está inserido, mas ainda é apenas um elemento que “permanece só, e a relação é um estado moderado de intermodificação entre ele e o quadrado” (DONDIS, 2007, p. 44).
Quando colocamos um segundo ponto no mesmo espaço, estabelece-se uma relação em função da posição desses no espaço. Se estiverem mais afastados, como na figura abaixo, eles criam uma interação que disputam a atenção, dando a sensação de se repelirem. No entanto, se estiverem mais próximos, a relação entre eles muda, criam uma relação imediata e ativa, vigorosa, se harmonizam e se atraem. A atração aumenta quanto maior for a proximidade entre os dois elementos.
“No ato de ver, as unidades visuais individuais criam outras formas distintas. Quanto mais próximas as marcas, mais complicadas as formas que podem delinear. Em diagramas simples […] o olho supre os elos de ligação ausentes. Através de suas percepções, o homem tem necessidade de construir conjuntos a partir de unidades; nesse caso, a necessidade é ligar os pontos de acordo com a atração dos mesmos…” (DONDIS, 2007, p. 44-45).
O nosso olho completa os espaços vazios estabelecendo as conexões entre os pontos, como demostrado na figura acima. Mas essa relação se dá entre as unidades semelhantes, as quais são automaticamente atraídas umas pelas outras, constituindo formas que estavam sugeridas pela disposição dos elementos, ao passo que os opostos se repelem mutuamente. Porém, a lei do agrupamento não é influenciada apenas pelas formas, mas também por outros elementos como o tamanho, a textura, o tom etc.
Inclusive essa forma de completar espaços ou ver além das imagens (extrapolar), podem causar efeitos de ilusão de ótica, vendo coisas que realmente não existem.
O que é a Ilusão de Ótica:
Uma ilusão de ótica ou ilusão de óptica envolve imagens que são percebidas pelo sistema visual de uma maneira e interpretadas de forma diferente no cérebro.
Enquanto o cérebro pode processar alguns dos atributos da imagem ou objeto, há aspectos que são enganosos e, portanto, levam a erros no processo perceptivo.
Tipos de ilusão de ótica
Existem três tipos geralmente reconhecidos de ilusões óticas. Estas são as ilusões literais, ilusões cognitivas e ilusões fisiológicas.
Ilusão de ótica literal
Quando a mente recebe informação visual, ela preenche detalhes ou lacunas que na verdade não existem. O olho e o cérebro escolherão e focalizarão objetos específicos que fazem com que parte da imagem apareça de um jeito ou de outro.
Dependendo do que o cérebro escolhe para focar, ele pode perceber duas imagens diferentes em uma, esse tipo de ilusão de ótica é a ilusão literal.
A imagem abaixo é um exemplo padrão de uma ilusão de ótica literal. O artista desenhou apenas a uma mulher jovem, de perfil.
Porém, como nossa mente usa bordas para identificar objetos e pessoas, vemos não só a mulher jovem desenhada, como traços de uma mulher velha, na mesma imagem.
Ilusão de ótica cognitiva
Uma ilusão cognitiva refere-se ao tipo de ilusão que distorce o conhecimento e as suposições do experimentador em relação a um elemento ou objeto físico e seu ambiente.
O Dr. Herman Helmholtz, um médico alemão, sugeriu que uma ilusão cognitiva surge quando há uma interação com as crenças e suposições do mundo, resultando em inferências inconscientes.
A maioria dos psicólogos concorda com os quatro tipos de ilusões cognitivas, a saber:
- geométrica-ótica: ilusões de ótica geométrica são aquelas que apresentam distorções do comprimento, forma, tamanho, curvatura e/ou posição;
- ambígua: ilusões ambíguas são imagens de objetos que desencadeiam uma troca entre possíveis alternativas no nível perceptivo. Essas ilusões incluem os chamados “objetos impossíveis”;
- ficcional: as ilusões de ficção são ilusões que provocam a percepção de uma figura que não está realmente presente no estímulo;
- paradoxas: as ilusões do paradoxo são aquelas que são feitas por objetos paradoxais ou improváveis.
Ilusão de ótica fisiológica
As ilusões fisiológicas são os efeitos nos olhos ou no cérebro da estimulação excessiva de um tipo específico – brilho, inclinação, cor, movimento, e assim por diante.
A teoria é que essa estimulação repetitiva de apenas alguns canais engana o sistema visual.
Abaixo temos alguns exemplos de ilusões óticas.
No Hermann Grid Illusion, os pontos brancos no centro de cada quadrado parecem mudar de branco para cinza. O efeito visto nesta imagem é uma das muitas ilusões de ótica que aproveitam a maneira como o nosso sistema visual processa as informações de contraste.
Uma explicação neural de pontos ilusórios em termos de campos receptivos: algumas células ganglionares da retina reúnem informações sobre muitos fotorreceptores.
Um dos primeiros exemplos de uma ilustração ambígua, a ilusão da Cabeça de Coelho-Pato foi publicada pela primeira vez na Alemanha no final do século XIX.
Essas imagens ocultas eram bastante populares na época. Neste exemplo em particular, o bico do pato se torna a orelha do coelho e o olho é desenhado de tal forma que se encaixa tanto para os animais do lado direito quanto para o lado esquerdo.
Na ilusão de Ponzo, duas linhas de tamanhos idênticos parecem ter tamanhos diferentes quando colocadas sobre linhas paralelas que parecem convergir à medida que recuam para a distância.
A razão pela qual a linha horizontal superior parece mais longa é porque interpretamos a cena usando uma perspectiva linear.
Como as linhas paralelas verticais parecem se aproximar ao longo da imagem, interpretamos a linha amarela superior como maior do que a inferior.
Positivo e negativo
Numa composição, dado um espaço, por exemplo, quadrado (que já é um elemento por si só), coloca-se um novo elemento. Esse elemento irá chamar a atenção imediatamente, desviando em parte a atenção do quadrado e criando uma tensão visual. Essa relação cria uma dinâmica chamada de visão positiva negativa.
Diferente do conceito de negativo positivo na fotografia, o qual se refere ao registro dos raios de luz sobre um material fotossensível, que formam uma imagem. Aqui, a relação não se dá pela impressão da luz ou da sua ausência, mas sim pela diferença entre o elemento de maior destaque e o elemento de menor destaque. “[…] o que domina o olho na experiência visual seria visto como elemento positivo, e como elemento negativo consideraríamos tudo aquilo que se apresenta de maneira mais passiva” (DONDIS, 2007, p. 47). Na figura acima, nos dois casos, o ponto é a forma positiva e o quadrado é a forma negativa.
É importante ressaltar que, independente da cor, o conceito de positivo negativo representa a relação da figura (elemento de maior destaque em uma composição)com o seu fundo (elemento de menor destaque). Como acontece nos exemplos da figura abaixo, o objeto que mais chama a atenção da nossa percepção é o positivo, também chamado de figura. A outra parte ou objeto que chama menos a atenção é chamado de negativo ou de fundo. As duas partes se relacionam ativamente. Nesses exemplos, também acontece uma inversão; se alternarmos o foco de atenção, o que é figura passa a ser fundo e vice-versa, assim, as duas figura também são exemplos de ambiguidade visual.
Representação, simbolismo e abstração
Temos três modos de comunicar visualmente: o representacional, o simbólico e o abstrato, os quais guardam características distintas e marcadas, mas se relacionam para criar a mensagem visual.
“Expressamos e recebemos mensagens visuais em três níveis: representacional – aquilo que vemos e identificamos com base no meio ambiente e na experiência; o abstrato – a qualidade cinestésica de um fato visual reduzido a seus componentes visuais básicos e elementares, enfatizando os meios mais diretos, emocionais e mesmo primitivos da criação de mensagens, e o simbólico – o vasto universo de sistemas de símbolos codificados que o homem criou arbitrariamente e ao qual atribui significados (DONDIS, 2007, p. 85).”
Segundo Dondis (2007, p. 87), “a realidade é a experiência visual básica e predominante”. O modo representacional é o que se aproxima da nossa visão da realidade, ou seja, a identificação que temos do real com a nossa experiência. É a forma como aprendemos sobre as coisas do mundo, através dos meios visuais. Na comunicação visual, a representação é quando a imagem se encontra próxima da reprodução da realidade, sendo concebida de forma que remeta fielmente àquilo que é observado no real. O termo Representação carrega muitos sentidos, mas aqui estamos seguindo a conceituação que Dondis traz, no seu livro Sintaxe da Linguagem Visual, de representação do real, realismo, conceito que se opõem as representações abstrata e simbólica.
A fotografia é o meio de reprodução que mais se aproxima da representação da visão concreta que temos sobre um objeto, por exemplo. A foto, quando foi feita com foco em todos os planos da imagem e com a exposição correta dos tons e das cores, ou seja, feita de forma a se aproximar ao máximo da representação fiel do real, se equipara à capacidade do olho em capturar uma imagem de um objeto e do seu ambiente real, o que Dondis (2007, p. 88) chama de “efeito realista”, e ressalta “que na experiência direta, ou em qualquer nível da escala de expressão visual, da foto ao esboço impressionista, toda experiência visual esta fortemente sujeita à interpretação individual”. Ainda assim, a fotografia é capaz de fixar um objeto no tempo e no espaço, de congelar a realidade numa representação visual. É importante ressaltar que a fotografia não é um retrato fiel da realidade; ela sempre traz uma carga de intensão e de interpretação da realidade, ou pode ser até abstrata. Mas aqui estamos pensando a fotografia feita com intensão de reproduzir o seu referencial de forma fiel, tecnicamente pensada para se aproximar da imagem que nossos olhos captam da realidade.
Isso se assemelha à busca que o desenho e a pintura de características realistas imprimem em suas representações da realidade, como nos desenhos dos viajantes que acompanharam as expedições científicas pelo Brasil durante o séc. XIX. Os artistas tentavam, além de criar uma imagem, documentar de forma mais realista, com riqueza de detalhes para fornecer o maior número de informações e dados possível sobre o objeto retratado para que fosse facilmente identificado e se parecesse ao máximo com o seu modelo real. A representação aqui tinha objetivos científicos, essa
ampla documentação foi feita para estudos de Botânica, Zoologia, Biologia da época.
Mas a representação nem sempre é detalhista e frequentemente sofre a simplificação ou redução de informações para atender às necessidades da comunicação. Assim, a eliminação ulterior dos detalhes, até se atingir a abstração total, pode seguir dois caminhos: a abstração voltada para o simbolismo, às vezes com um significado identificável, outras vezes com um significado arbitrariamente atribuído, e a abstração pura, ou redução da manifestação visual aos elementos básicos, que não conservam relação alguma com qualquer representação representacional extraída da experiência do meio ambiente (DONDIS, 2007, p. 91).
O simbolismo é a forma de abstração que simplifica ao máximo as características do que é representado. E o homem cria e atribui significados a cada representação desse tipo.
A abstração voltada para o simbolismo requer uma simplificação radical, ou seja, a redução do detalhe visual a seu mínimo irredutível. Para ser eficaz, um símbolo não deve ser apenas visto e reconhecido, deve também ser lembrado, e mesmo reproduzido. Não pode, por definição, conter grande quantidade de informação pormenorizada. Mesmo assim, pode conservar algumas das qualidades reais [do modelo real] (DONDIS, 2007, p. 91-92).
Os sistemas de informação codificada, simbólico, portanto, foram criados para condensar ao máximo a informação, de tal modo que ela possa ser registrada, reproduzida e comunicada facilmente para o público em geral. Para esse tipo de representação, Dondis (2007, p. 92) ressalta que “alguma educação por parte do público se faz necessária para que a mensagem seja clara. Porém, quanto mais abstrato for o símbolo, mais intensa deverá ser sua penetração na mente do público para educa-la quanto ao seu significado”.
Já a abstração não precisa ter relação com o símbolo ou com a representação direta do real. Uma forma de abstração é a redução de tudo aquilo que vemos aos elementos visuais básicos, o que é muito importante para o entendimento e a estruturação das mensagens visuais. “Quanto mais representacional for a informação visual, mais especifica será sua referência; quanto mais abstrata, mais geral e abrangente. Em termos visuais, a abstração é uma simplificação que busca um significado mais intenso e condensado” (DONDIS, 2007, p. 95).
A abstração é o acontecimento visual reduzido aos seus componentes elementares. Ela é uma simplificação que busca um significado mais intenso e condensado, reduzindo a mensagem visual à mínima informação representacional, sem com isso minimizar o significado da mensagem.
Nas questões visuais, a abstração pode existir não apenas na pureza de uma manifestação visual reduzida à mínima informação representacional, mas também como abstração pura e desvinculada de qualquer relação com dados visuais conhecidos, sejam eles ambientais ou vivenciais (DONDIS, 2007, p. 95).
Exemplos:
Gestalt na comunicação visual
O termo Gestalt vem do alemão. Sem uma tradução única para o português, é geralmente entendida como forma, figura, ou configuração. Ele foi introduzido pela primeira vez em 1890, por Christian von Ehrenfels (1856-1932), filósofo austríaco precursor da Psicologia da Gestalt.
“A Gestalt é uma escola de psicologia experimental. Considera-se que Christian von Ehrenfels, filósofo austríaco do fim do século XIX, foi o precursor da psicologia da Gestalt. Mais tarde, por volta de 1910, teve seu início mais efetivo por meio de três nomes principais: Max Wertheimer (1880/1943), Wolfgang Kohler (1887- 1967) e Kurt Koffka (1886-1941), da Escola de Frankfurt (GOMES FILHO, 2009, p. 18).”
A teoria da Gestalt foi desenvolvida baseada em vários experimentos e pesquisas acerca da percepção, principalmente da percepção visual, se opondo à ideia, em voga na época do seu surgimento, de que a percepção seria uma soma das partes para formar o todo.
Os seus teóricos acreditam que o conjunto é maior do que a soma de seus elementos e, por isso, não se pode conhecer o todo através das partes. Ou seja, não vemos partes isoladas e sim relações no todo, isto é, podemos conhecer as partes por meio do todo. Essa é uma máxima dessa teoria, que está organiza na forma de leis, baseadas no comportamento do cérebro humano com relação a nossa percepção.
“A Gestalt, após sistemáticas pesquisas, apresenta uma teoria nova sobre o fenômeno da percepção. Segundo esta teoria, o que acontece no cérebro não é idêntico ao que acontece na retina. A excitação cerebral não se dá em pontos isolados, mas por extensão. Não existe, na percepção da forma, um processo posterior de associação das várias sensações. A primeira sensação já é de forma, já é global e unificada (GOMES FILHO, 2009, p. 19).”
Fundamentos ou Leis da Gestalt
A teoria da Gestalt sustenta-se em leis fundamentais cuja base são os padrões de comportamento visual que foram percebidos através dos estudos de como se dá a percepção humana.
Para compreender as formas visuais, o cérebro tem um comportamento que lhe é inerente e do qual essas leis fazem parte. Ele usa também atalhos mentais através dos quais organiza as partes de uma forma visual em um todo coerente. Não traduz cada parte da forma visual porque, para ele, o todo é mais importante que as partes, e é devido a esse fator que quando vemos, por exemplo, um carro, não o vemos como pneus, capô, vidros etc., mas sim como um objeto todo que é o carro.
Unidade
Em uma composição visual, quando um elemento se encerra em si mesmo ou mesmo quando vários elementos, sem relação entre si, se encerram em um único elemento visual e podem ser percebidos como um todo, temos a lei da unidade. Um elemento pode ser constituído por uma só parte ou por muitas partes juntas que o constituem como um só, uma unidade.
Esse elemento, como na figura abaixo, que não se agrupa e não tem relação com outros elementos próximos, é considerado único em sua composição, forma e cores, tendo o nome de unidade.
Segregação
A lei da segregação significa a capacidade perceptiva que nosso cérebro tem de identificar, evidenciar, destacar, notar ou separar unidades, ou seja, elementos que fazem parte de um todo compositivo ou em partes do todo. A disposição dos elementos em uma composição, tais como a cor, textura, ponto, linha, forma, brilho, sombra, entre outros, causa uma desigualdade de estímulos que gera uma hierarquia, fazendo com que um elemento visual se diferencie e se destaque dos demais, parecendo ser o mais importante.
Na figura acima podemos considerar que a segregação das informações ocorre pela separação composta por formas (pentágonos) e cores diferentes, mas continua sendo uma bola de futebol.
Unificação
A unificação da forma ocorre quando há a igualdade ou semelhança de estímulos na nossa visão. Ela é produzida quando há harmonia, equilíbrio visual e coerência formal das partes ou do todo em uma composição.
A sensação de unificação varia conforme o grau de organização formal, aumentando em função de quão melhor for o equilíbrio dos elementos na composição. Uma imagem abstrata também é entendida pela nossa mente, pois, pela lei da unificação, completamos as lacunas de maneira instintiva, como na figura abaixo:
Os princípios da proximidade e semelhança das formas também levam à percepção da unificação. Na figura abaixo, vemos a unificação por proximidade e semelhança, pois compreendemos primeiro os elementos agrupados como um todo formando a letra U e só depois é que percebemos os elementos que a compõem separadamente.
Fechamento
A lei do fechamento demonstra que a nossa mente cria ou completa contornos e fecha as formas interrompidas, preenchendo visualmente as lacunas de uma composição. Fechamos a forma imaginando a continuação de uma estrutura pelo agrupamento dos seus elementos formando um todo mais completo, como na figura abaixo.
Continuidade
Essa lei considera que os elementos tendem a acompanhar uns aos outros. Isso ocorre quando o olhar já completou seu movimento através de um objeto e continua para outro sem interrupção.
A lei da continuidade demonstra que numa sequência de pontos, quando ordenados em uma linha reta ou curva, é percebida não como vários pontos, mas como um só elemento contínuo e não são vistos separadamente. Na figura abaixo a sequência de pequenos traços forma uma continuidade, em que uma sequência traços parece ser uma linha tracejada continua, que vai do canto inferior do quadro até seu canto superior oposto.
O movimento visual dado pela continuidade se mantém na direção dada pela disposição dos elementos na composição, que podem ser pontos, linhas, volumes, planos, texturas, cores etc.
Proximidade
Os elementos próximos se agrupam visualmente de acordo com a distância que estão uns dos outros, formando um todo ou uma unidade dentro do todo. Quanto mais proximamente estão alguns elementos ópticos entre si, numa região, mais prontamente são apreendidos como um todo.
Na figura abaixo, diferentes formas estão aproximadas, mas percebemos primeiro o retrato de Jim Morrison que é maior. Somente após nosso cérebro interpretar essa imagem unificada é que começamos a perceber os elementos menores.
Semelhança
A lei da semelhança diz que objetos semelhantes se agruparão visualmente entre si, passando a constituir uma unidade, o que facilita o trabalho da nossa mente ao fazer a leitura visual. Essas semelhanças podem ser de textura, cor, forma, tamanho, direção etc.
Nas figuras abaixo, vemos elementos, de mesma cor ou forma, agrupando-se visualmente e formando figuras geométricas dentro do conjunto que compõem o todo.
Pregnância da forma
A pregnância da forma é a lei básica da percepção da Gestalt que diz que tendemos à harmonia e ao equilíbrio visual, ou seja, buscamos a “boa Gestalt” simétrica, simples e estável mesmo que ela esteja apenas sugerida.
“[…] pode-se afirmar que um objeto com alta pregnância é um objeto que tende espontaneamente para uma estrutura mais simples, mais equilibrada, mais homogênea e mais regular. Apresenta um máximo de harmonia, unificação, clareza formal e um mínimo de complicação visual na organização de suas partes ou unidades compositivas.
[…] quanto melhor ou mais clara for a organização visual da forma do objeto, em termos de facilidade de compreensão e rapidez de leitura ou interpretação, maior será o seu grau de pregnância; […] quanto pior ou mais complicada e confusa for a organização visual da forma do objeto menor será o seu grau de pregnância (GOMES FILHO, 2009, p. 36-37).”
Na figura abaixo, temos a evolução do logo da Apple, o primeiro com baixa pregnância, o segundo com média pregnância e o atual com alta pregnância.
Às vezes, o conceito trabalhado pode exigir o uso de imagens complexas, porém, mesmo nesses casos, deve-se, dentro do possível, reduzir o ruído, manter um nível de clareza e integridade que leve a alcançar um grau suficiente de pregnância que proporcione fácil compreensão da mensagem que se quer comunicar. Na figura abaixo, vê-se uma propaganda das sandálias Havaianas, e temos um claro exemplo do uso de elementos repetidos e de intenso colorido, gerando uma imagem complexa, mas com muito boa pregnância.
Teorias Sobre Cognição
Até agora vimos a parte teórica de multimídias. Vamos quebrar um pouco o ritmo e dar uma olhada nas teorias cognitivas para que estas nos ajudem a construir bons materiais nos diversos meios que estamos estudando ao longo deste curso.
Teoria da Carga Cognitiva
Aprendizagem multimédia
O ser humano adquire o seu conhecimento através dos sentidos. A combinação de vários sentidos produz experiências que possibilitam um maior potencial de aprendizagem.
Aprendizagem multimédia é feita a partir de palavras e imagens e como tal o objectivo principal do ensino multimédia deverá ser a utilização eficaz de palavras e imagens de modo a potenciar uma aprendizagem significativa.
A Teoria da Carga Cognitiva
Esta teoria debruça-se sobre o modo como os recursos cognitivos se focam e são usados durante a aprendizagem e resolução de problemas. (Chandler & Sweller, 1991).
Estudos centrados nas relações entre aprendizagem e resolução de problemas, evidenciavam que muitos procedimentos de aprendizagem e de resolução de problemas, encorajados pelos formatos instrutivos resultavam em atividades cognitivas afastadas dos objetivos explícitos da tarefa. A carga cognitiva gerada por atividades paralelas, irrelevantes, impedia a aquisição de competências.
O material instrucional pode agir como facilitador da aprendizagem na medida em que focar os recursos cognitivos para atividades relevantes para a aprendizagem, em vez de os dirigir através dos preliminares da aprendizagem. Muitos exemplos de formatos instrutivos consistem em fontes múltiplas de informação de referência mútua, que dispersam a atenção.
Outros exemplos, nenhum significado pode ser extraído de um diagrama em si e o texto (legenda) perde completamente o significado se isolado. Nestes casos para seguir as instruções, a atenção tem de focar-se na integração mental das duas fontes de informação, pois isoladas elas são ininteligíveis.
Uma aprendizagem significativa exige por parte do aluno empenho num processo cognitivo substancial, mas a sua capacidade de processamento é limitada. A primeira questão colocada quando se fala de aprendizagem a partir da instrução multimédia deverá ser. Como evitar a sobrecarga cognitiva?
A Sobrecarga cognitiva dá-se sempre que há um excesso de informação, condicionando-se assim a aprendizagem significativa.
A teoria da carga cognitiva (Mayer, 2001) assenta em 3 pressupostos:
- Canal Duplo: O ser humano possui dois canais distintos para o processamento de informação (visual e verbal).
- Capacidade Limitada: Há uma capacidade limitada de processamento de informação em cada canal.
- Processamento ativo: A aprendizagem requer um processamento cognitivo essencial em ambos os canais (Mayer 2001).
De acordo com o pressuposto 3 do Processamento Ativo são 5 os processos cognitivos necessários numa aprendizagem multimédia:
Abaixo pode-se observar um esquema de todo o processo cognitivo:
Durante o processo de aprendizado através de multimídias observa-se os processos cognitivos observados na tabela abaixo:
Tipo de Processamento | Definição |
Essencial |
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Incidental |
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Exploração Representacional |
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Cenários de Sobrecarga Cognitiva
A – Sobrecarga de informação essencial num canal – A informação excede a capacidade cognitiva do canal visual.
Método de Redução – Mover informação do canal visual para o canal auditivo.
B – Sobrecarga de informação essencial em ambos os canais: Material conceptualmente complexo excede a capacidade cognitiva em ambos os canais
Métodos de redução – Segmentar – Selecionar, organizar e integrar permitindo autonomia no intervalo entre os segmentos.
OU
Na impossibilidade de segmentar dar instruções prévias sobre o sistema a aprender ( ex: nomes, comportamentos dos componentes, etc)
C – Sobrecarga por combinação de informação essencial com incidental – Quando a capacidade cognitiva é sobrecarregada pela adição de material incidental (supérfluo ou redundante).
Método de Redução – Eliminar a informação que apesar de interessante é supérflua e cansativa e eliminar redundâncias.
OU
Fornecer pistas para selecionar e organizar o material por exemplo: sublinhar palavras-chave e/ou selecionar imagens com recurso a setas.
A eficácia do processo na aprendizagem multimédia depende do equilíbrio entre as diferentes cargas.
Os sete princípios de Mayer:
- Princípio multimédia: os alunos aprendem melhor quando combinam palavras e imagens do que apenas palavras;
- Princípio de proximidade espacial: os alunos aprendem melhor sempre que palavras, texto e imagens correspondentes estão próximas umas das outras, já que facilitam a construção de um referencial de ligação;
- Princípio de proximidade temporal: quando palavras e imagens são apresentadas simultaneamente em vez de sucessivamente, os alunos aprendem mais facilmente;
- Princípio da coerência: os alunos aprendem mais significativamente sempre que palavras, imagens e sons apresentam uma relação entre si;
- Princípio de modalidade: os alunos aprendem mais facilmente, quando a informação verbal se estrutura em suporte áudio, em vez de suporte textual;
- Princípio de redundância: quando a apresentação multimédia combina, animação e narração, os alunos desenvolvem uma aprendizagem mais consistente;
- Princípio das diferenças individuais: alunos com poucos conhecimentos beneficiam mais de documentos multimédia, assim como alunos que apresentam boa orientação espacial.
Conclusão:
Os princípios teóricos aqui expostos, ajudarão na criação de material multimídia que sirva ao propósito de transmitir conhecimento e não de utilizar os recursos tecnológicos “apenas por usar” como é tão comum de se observar atualmente. A teoria de Richard Mayer é muito mais completa e profunda do que foi descrito aqui que é baseado no site “http://historiatic.yolasite.com/aprendizagem-multimedia-e-carga-cognitiva.php” que foi acessado em 21/01/2020.