Seja Bem-Vindo. Este site tem recursos de leitura de texto, basta marcar o texto e clicar no ícone do alto-falante   Click to listen highlighted text! Seja Bem-Vindo. Este site tem recursos de leitura de texto, basta marcar o texto e clicar no ícone do alto-falante

Aula 06 – Prática de Ensino a Computação II

Teorias Sobre Cognição

Até agora vimos a parte técnica para a construção de multimídias. Vamos quebrar um pouco  o ritmo e dar uma olhada nas teorias cognitivas para que estas nos ajudem a construir bons materiais nos diversos meios que estamos estudando ao longo deste curso.

Teoria da Carga Cognitiva

Aprendizagem multimédia

O ser humano adquire o seu conhecimento através dos sentidos. A combinação de vários sentidos produz experiências que possibilitam um maior potencial de aprendizagem.

Sentidos na Aprendizagem
Sentidos na Aprendizagem

Aprendizagem multimédia é feita a partir de palavras e imagens e como tal o objectivo principal do ensino multimédia deverá ser a utilização eficaz de palavras e imagens de modo a potenciar uma aprendizagem significativa.

A Teoria da Carga Cognitiva

Esta teoria debruça-se sobre o modo como os recursos cognitivos se focam e são usados durante a aprendizagem e resolução de problemas. (Chandler & Sweller, 1991).

Estudos centrados nas relações entre aprendizagem e resolução de problemas, evidenciavam que muitos procedimentos de aprendizagem e de resolução de problemas, encorajados pelos formatos instrutivos resultavam em atividades cognitivas afastadas dos objetivos explícitos da tarefa. A carga cognitiva gerada por atividades paralelas, irrelevantes, impedia a aquisição de competências.

O material instrucional pode agir como facilitador da aprendizagem na medida em que focar os recursos cognitivos para atividades relevantes para a aprendizagem, em vez de os dirigir através dos preliminares da aprendizagem. Muitos exemplos de formatos instrutivos consistem em fontes múltiplas de informação de referência mútua, que dispersam a atenção.

Outros exemplos, nenhum significado pode ser extraído de um diagrama em si e o texto (legenda) perde completamente o significado se isolado. Nestes casos para seguir as instruções, a atenção tem de focar-se na integração mental das duas fontes de informação, pois isoladas elas são ininteligíveis.

Integração Mental
Integração Mental

Uma aprendizagem significativa exige por parte do aluno empenho num processo cognitivo substancial, mas a sua capacidade de processamento é limitada. A primeira questão colocada quando se fala de aprendizagem a partir da instrução multimédia deverá ser. Como evitar a sobrecarga cognitiva?

A Sobrecarga cognitiva dá-se sempre que há um excesso de informação, condicionando-se assim a aprendizagem significativa.

A teoria da carga cognitiva (Mayer, 2001) assenta em 3 pressupostos:

  1. Canal Duplo: O ser humano possui dois canais distintos para o processamento de informação (visual e verbal).
  2. Capacidade Limitada: Há uma capacidade limitada de processamento de informação em cada canal.
  3. Processamento ativo: A aprendizagem requer um processamento cognitivo essencial em ambos os canais (Mayer 2001).

De acordo com o pressuposto 3 do Processamento Ativo são 5 os processos cognitivos necessários numa aprendizagem multimédia:

Teoria cognitiva da aprendizagem Multimédia
Teoria cognitiva da aprendizagem Multimédia

Abaixo pode-se observar um esquema de todo o processo cognitivo:

Processo Cognitivo
Processo Cognitivo

Durante o processo de aprendizado através de multimídias observa-se os processos cognitivos observados na tabela abaixo:

Tipo de Processamento Definição
Essencial
  • Direcionado para o “Fazer Sentido” do material apresentado;
  • Selecionar, organizar e integrar palavras.
Incidental
  • Direcionado para aspectos não essências do material.
Exploração Representacional
  • Tende a explorar as representações verbais e visuais na memória de trabalho/curto prazo.

Cenários de Sobrecarga Cognitiva

A – Sobrecarga de informação essencial num canal – A informação excede a capacidade cognitiva do canal visual.

Sobrecarga de informação essencial num canal
Sobrecarga de informação essencial num canal

Método de Redução – Mover informação do canal visual para o canal auditivo.

Redução da sobrecarga de informação essencial num canal
Redução da sobrecarga de informação essencial num canal

B – Sobrecarga de informação essencial em ambos os canais: Material conceptualmente complexo excede a capacidade cognitiva em ambos os canais

Sobrecarga de informação essencial em ambos os canais
Sobrecarga de informação essencial em ambos os canais

Métodos de redução – Segmentar – Selecionar, organizar e integrar permitindo autonomia no intervalo entre os segmentos.

Redução de sobrecarga de informação essencial em ambos os canais
Redução de sobrecarga de informação essencial em ambos os canais

OU

Na impossibilidade de segmentar dar  instruções prévias sobre o sistema a aprender ( ex: nomes, comportamentos dos componentes, etc)

Segunda forma de redução de sobrecarga de informação essencial em ambos os canais
Segunda forma de redução de sobrecarga de informação essencial em ambos os canais

C – Sobrecarga por combinação de informação essencial com incidental – Quando a capacidade cognitiva é sobrecarregada pela adição de material incidental (supérfluo ou redundante).

Sobrecarga por combinação de informação essencial com incidental
Sobrecarga por combinação de informação essencial com incidental

Método de Redução – Eliminar a informação que apesar de interessante é supérflua e cansativa e eliminar redundâncias.

Redução de sobrecarga por combinação de informação essencial com incidental
Redução de sobrecarga por combinação de informação essencial com incidental

OU

Fornecer pistas para selecionar e organizar o material por exemplo: sublinhar palavras-chave e/ou selecionar imagens com recurso a setas.

Segunda forma de redução de sobrecarga por combinação de informação essencial com incidental
Segunda forma de redução de sobrecarga por combinação de informação essencial com incidental

A eficácia do processo na aprendizagem multimédia depende do equilíbrio entre as diferentes cargas.

Equilíbrio entre cargas cognitivas
Equilíbrio entre cargas cognitivas

Os sete princípios de Mayer:

  1. Princípio multimédia: os alunos aprendem melhor quando combinam palavras e imagens do que apenas palavras;
  2. Princípio de proximidade espacial: os alunos aprendem melhor sempre que palavras, texto e imagens correspondentes estão próximas umas das outras, já que facilitam a construção de um referencial de ligação;
  3. Princípio de proximidade temporal: quando palavras e imagens são apresentadas simultaneamente em vez de sucessivamente, os alunos aprendem mais facilmente;
  4.  Princípio da coerência: os alunos aprendem mais significativamente sempre que palavras, imagens e sons apresentam uma relação entre si;
  5. Princípio de modalidade: os alunos aprendem mais facilmente, quando a informação verbal se estrutura em suporte áudio, em vez de suporte textual;
  6. Princípio de redundância: quando a apresentação multimédia combina, animação e narração, os alunos desenvolvem uma aprendizagem mais consistente;
  7. Princípio das diferenças individuais: alunos com poucos conhecimentos beneficiam mais de documentos multimédia, assim como alunos que apresentam boa orientação espacial.

Conclusão:

Os princípios teóricos aqui expostos, ajudarão na criação de material multimídia que sirva ao propósito de transmitir conhecimento e não de utilizar os recursos tecnológicos “apenas por usar” como é tão comum de se observar atualmente. A teoria de Richard Mayer é muito mais completa e profunda do que foi descrito aqui que é baseado no site “http://historiatic.yolasite.com/aprendizagem-multimedia-e-carga-cognitiva.php” que foi acessado em 21/01/2020.

Click to listen highlighted text!