Robótica Educacional
Introdução
Robô
Etimologia e história do termo
O termo robô foi usado pela primeira vez pelo checo Karel Capek (1890-1938) na peça de teatro intitulada R.U.R. (Rossum’s Universal Robots, cujo livro foi lançado no Brasil pela editora Hedra com o título A Fábrica de Robôs), estreada em janeiro de 1921 em Praga. Inicialmente Capek estava decidido a chamar as criaturas automatas da sua peça de labori, em clara referência ao latin labor, “trabalho”, mas acatou a sugestão de seu irmão, Josef Čapek (1887-1945) o verdadeiro criador da palavra e os chamou de roboti (plural). A palavra robô, derivada de robot/roboti (singular/plural) tem como raiz a palavra checa robota, a qual significa “trabalho forçado, servidão” e tem como uma de suas derivações a palavra rabu, que significa “escravo”. Os “robôs” de R.U.R. eram fabricados com matéria orgânica sintética sendo, portanto, mais próximos dos replicantes e dos clones humanos enquanto que na concepção atual, “robô” é definido como sendo composto por partes totalmente mecânicas.

O termo robótica foi criado e popularizado pelo escritor de ficção cientifica Isaac Asimov, no seu livro ” I, Robot” de 1950. Neste livro, Asimov criou as Leis da robótica, que, segundo ele, regeriam os robôs no futuro:
- Um robô não pode ferir um ser humano ou, por ócio, permitir que um ser humano sofra algum mal.
- Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
- Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.

A ideia de se construir robôs começou a tomar força no início do século XX com a necessidade de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos. É nesta época que o robô industrial encontrou suas primeiras aplicações, o pai da robótica industrial foi George Devol (1912-2011). Devol criou o primeiro robô industrial, denominado Unimate, o qual foi instalado na fábrica da Ford Motor Company de Trenton (Nova Jérsei) em 1961. Devido aos inúmeros recursos que os sistemas de microcomputadores nos oferece, a robótica atravessa uma época de contínuo crescimento que permitirá, em um curto espaço de tempo, o desenvolvimento de robôs inteligentes fazendo assim a ficção do homem antigo se tornar a realidade do homem moderno.
As definições acima (Wikipédia – 2020) são boas e bastariam para uma leitura informativa/lúdica. Mas para os nossos objetivos nos basearemos no livro Introdução à robótica de Matarić, M.J. e neste livro consta a seguinte definição:
Robô – É um sistema autônomo que existe no mundo físico, pode sentir o seu ambiente e pode agir sobre ele para alcançar seus objetivos (Matarić, M.J. – 2014).
A leitura da definição acima mostra ser um conceito muito amplo, por isso desmontaremos o conceito em partes e interpretaremos cada parte.
Um robô é um sistema autônomo
Um dispositivo autônomo atua com base em suas próprias decisões e não controlado por ser humano. É importante definir aqui o conceito de teleoperado que são dispositivos controlados (com ou sem ligação física) à distância. Um dispositivo destes não pode ser considerado um robô.
Um robô é um sistema autônomo que existe no mundo físico
É um pré-requisito para a definição de robô da Dra. Matarić que o dispositivo exista no mundo físico. Robôs criados e animados em computadores são simulações.
Um robô é um sistema autônomo que existe no mundo físico e pode sentir o seu ambiente
Perceber o ambiente que cerca o dispositivo é necessário para conceito de robô, por isso estudaremos as diversas categorias de sensores que são recursos que possibilitam o robô a sentir o meio ambiente que ele esta inserido.
Um robô é um sistema autônomo que existe no mundo físico e pode sentir o seu ambiente e pode agir sobre ele.
Se apenas “sentir” o meio ambiente e não puder responder, interagir com o meio, o dispositivo é um sensor autônomo e não um robô, para ser um robô tem que ter todas as características citadas e ser capaz de agir no meio ambiente ao seu redor.
Um robô é um sistema autônomo que existe no mundo físico e pode sentir o seu ambiente e pode agir sobre ele para alcançar alguns objetivos.
A última parte da definição dá proposito ao nosso dispositivo robótico, é a sua utilidade, pois um equipamento que á autônomo, sente o meio ambiente, interage com o meio ambiente, mas de forma aleatória é inútil. É necessário “inteligência” para agir com propósito.
Agora que sabemos o que é um robô vamos estudar a ciência que estuda robôs, a robótica
Robótica
Robótica é um ramo educacional e tecnológico que trata de sistemas compostos por partes mecânicas automáticas e controladas por circuitos integrados, tornando sistemas mecânicos motorizados controlados por circuitos elétricos e inteligência computacional. A robótica é objeto de estudo de diversas áreas: computação, aeroespacial, mecânica, automação, elétrica, etc.

Cada vez mais as pessoas utilizam os robôs para suas tarefas, como, por exemplo, o robô aspirador, e robôs para cirurgias médicas. Esta tecnologia, hoje adaptada por muitas fábricas e indústrias, tem obtido, de modo geral, êxito em questões como redução de custos, aumento de produtividade e redução de problemas trabalhistas. Contudo, apesar das vantagens, os robôs acabam trazendo outros problemas específicos, como a demissão de vários funcionários humanos (Wikipédia – 2020).
Nota do professor: daremos um enfoque educacional na robótica, por ser uma área muito ampla e por sermos estudantes de um curso de licenciatura.
As principais vantagens da utilização da robótica educacional
A robótica aproxima os alunos da ciência e da tecnologia, áreas do conhecimento que geram grande interesse. Por isso, a programação de robôs proporciona algumas possibilidades que ajudam a melhorar a qualidade de ensino.
Estimula o desenvolvimento do raciocínio lógico
Ao colocar os alunos em contato com a linguagem de programação, a necessidade de pensar de forma estruturada e lógica é estimulada. Se não houver ligação entre as iniciativas necessárias para a resolução de um problema, os estudantes ficarão perdidos e não terão um bom rendimento, pois, sem essa organização, a possibilidade de ter sucesso nos projetos diminui.
Torna o currículo escolar mais atrativo
A possibilidade de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas em uma atividade diferente torna o currículo escolar mais atrativo. A experimentação de maneira prática e o exercício do conhecimento adquirido podem despertar interesse nos alunos e trazer mais motivação para os estudos.
Fortalece o trabalho em equipe
As atividades têm maior direcionamento para o trabalho em equipe. Para que os projetos consigam funcionar de maneira adequada, é preciso que os grupos trabalhem unidos e explorando as habilidades de cada membro. Cada aluno precisa entender qual é o seu papel e ser humilde para aceitar as sugestões dos colegas, atingindo um consenso.
Incentiva o protagonismo estudantil
A robótica educacional é um exemplo claro de uma metodologia ativa de ensino. O aluno não se contenta mais em ser apenas um mero espectador, ele quer participar. Com esse método, ele assume o protagonismo.
Promove o aprendizado multidisciplinar
As atividades de robótica favorecem a multidisciplinaridade, promovendo a integração dos conceitos de várias áreas, como física, matemática e eletrônica. Além das disciplinas mais lógicas, ela permite que outras áreas de conhecimento sejam exploradas, como a comunicação entre as equipes e a capacidade de trabalhar em grupo.
Desenvolve a criatividade
A criatividade é parte essencial do sucesso na robótica. Ela pode ser desenvolvida tanto na criação dos protótipos quanto na resolução de problemas encontrados durante o processo.
As metodologias de ensino de robótica educacional estão conectadas outros conceitos recentes educacionais:
- STEM – é uma sigla, em inglês, que compreende quatro áreas de conhecimento, que são: ciência, tecnologia, engenharia e matemática. No contexto educacional, STEM incentiva o aprendizado multidisciplinar baseado em projetos e no ensino científico. Fora da sala de aula o aluno amplia o senso crítico capaz de investigar problemas reais de forma consciente e agir diante dos desafios. Essa abordagem de conhecimento foca na inovação e agrega valores que serão importantes para uma sociedade antenada e capacitada.
- Movimento Maker – caminha lado a lado com STEM, pois em ambos, a ideia é inovar, empreender e evoluir. Explicando de maneira simplificada, o movimento Maker é criar com as próprias mãos, seja com ajuda de um computador, impressora 3D, ou, ferramentas. À vista disso, a Robótica Modelix está inserida nesse meio que estimula o aluno a criar, planejar, desenvolver e implementar.
Fim da Aula 01