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Aula 01 – Prática de Ensino a Computação III

Textos Introdutórios

A influência da informática no desenvolvimento infantil

Wagner Antônio Júnior
Faculdade de Ciências
UNESP – campus de Bauru
wag.antonio@gmail.com

Um dos objetivos da introdução dos computadores na vida das crianças é que esta tecnologia estimule suas mentes e potencialize seu desenvolvimento intelectual, paralelamente ao seu desenvolvimento psicossocial, uma vez que sua coordenação motora está se estabelecendo concomitantemente a seus gostos e relações sociais.
A proposta de utilizar os computadores no processo educativo desde as séries iniciais é de Papert, pois segundo sua proposta o computador iria “ampliar a escola”, revolucionar a educação e reformular a mente das crianças. Sua linguagem de programação, projetada especialmente para crianças, deveria provocar o estímulo para essa revolução. Influenciado pelo psicólogo e filósofo Jean Piaget, com quem estudou, Papert afirma ter combinado complexas teorias de desenvolvimento infantil de Piaget com seu próprio trabalho no campo da inteligência artificial.

Essa fusão aparente levou à criação da linguagem Logo, que Papert esperava a sistematização do uso de computadores no aprendizado, iniciando-se na pré-escola ou até mesmo em anos anteriores.

No sistema educacional brasileiro a implantação de computadores nas escolas é mais comum a partir do início do Ensino Fundamental, embora algumas instituições iniciem esse processo desde a Educação Infantil, o que, no entanto, não representa um número expressivo. Portanto, segundo a realidade brasileira, os primeiros contatos da criança com o computador em seu processo de aprendizado se darão, aproximadamente, a partir dos seis a sete anos de idade.

Segundo Erickson, a criança dessa faixa etária encontra-se na fase de latência na teoria freudiana, esta é a idade do domínio versus inferioridade, que vai dos seis aos doze anos. A principal realização deste estágio de aprendizagem das habilidades tanto na escola quanto fora dela. Em Piaget, este período corresponde à fase de centralização, onde a criança consegue perceber apenas um dos aspectos de um objeto ou acontecimento (estágio das operações concretas), ela não é capaz de relacionar a si mesma com os diferentes aspectos e dimensões de uma situação.

Para a inicialização da criança com o computador, é missão da escola atender a esse aprendiz, tornando significativo o seu aprendizado, enfatizando o “aprender” e não o “ensinar”, pois o conhecimento provoca mudanças e transformações.

Cabe ao educador tornar o computador uma parte do ambiente natural da criança, explorando todas as possibilidades que o computador lhes oferece, assim como afirmava Papert, trabalhando principalmente os softwares, em que grande parte da atenção está voltada, sendo eles: Logo, softwares educacionais, softwares de simulação e programação, softwares gráficos.

Para a aplicação dos softwares como ferramenta pedagógica, cabe ao educador considerar as competências intelectuais autônomas do ser – humano. Em Gardner, temos postuladas sete competências, ou inteligências múltipas, a saber:

  1. inteligência lingüística;
  2. inteligência lógico-matemática;
  3. inteligência corporal-cinestésica;
  4. inteligência musical;
  5. inteligência espacial;
  6. inteligência intrapessoal;
  7. inteligência interpessoal.

Gardner ainda explora uma oitava inteligência e, embora existam outras, ainda se encontram em fases de pesquisa.
Através da utilização do computador no processo educacional, diversas habilidades podem ser desenvolvidas simultaneamente, facilitando a formação de indivíduos polivalentes e multifuncionais, diferentemente.

Espera-se que sua utilização promova aulas mais criativas, motivadoras, dinâmicas e que envolvam os alunos para novas descobertas e aprendizagens, proporcionando aos mesmos autonomia, curiosidade, cooperação e socialização, principalmente quando da utilização da internet que possibilita diversos tipos de comunicação e interações entre as culturas de forma bastante enriquecedora.
Portanto, durante estes primeiros contatos, considerando o desenvolvimento intelectual e psicológico dessas crianças e o material pedagógico trabalhado durante este período, elas apresentam um comportamento de interesse e motivação, embora algumas se sentem apreensivas diante desse primeiro contato e de suas novas descobertas.

REFERÊNCIAS

ERICKSON, Erick. Infância e sociedade. Rio de Janeiro, Zahar, 1976.

GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

PAPERT, Seymour. Logo : computadores e educação. São Paulo: Brasiliense, 1988.

PIAGET, Jean. Aprendizagem e conhecimento. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1979.

Site: https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/influencia-informatica-desenvolvimento-infantil.htm em 07/10/2020

Ensino de Computação para Crianças

A sociedade contemporânea vive mudanças de conceitos, valores e tecnologias. Devido ao ciclo natural do homem em procurar descobrir e aprender coisas novas, viver nessa sociedade requer apropriar-se de saberes e raciocínios específicos. Nessa perspectiva, diversos países estão buscando o acesso ao conhecimento com o uso de novas tecnologias. Esta oferta tem sido muitas vezes experimentada por meio da informatização das escolas. Além do que, percebe-se um progresso em relação a isso, emergindo desse contexto iniciativas que buscam introduzir tecnologias no processo educativo e adaptando o uso da Computação, enquanto ciência, ao currículo escolar.
Dentre os progressos resultantes da inclusão do ensino de tecnologias no currículo escolar, destaca-se o currículo em ciência da computação na educação secundária em Israel (Gal-Ezer 1999), no Canadá (MEO 2008) e nos Estados Unidos, onde mais especificamente o modelo de currículo chama atenção para conteúdos que permitem o alcance da chamada Educação Imperativa, na qual mais importante do que aprender temas ligados às tecnologias, está a capacidade de desenvolver o pensamento computacional (CSTA 2005).
A discussão sobre produzir um currículo contendo conteúdos da Ciência da Computação na educação básica reflete um avanço no sistema educacional, já que assim, se estabeleceria um espaço para o desenvolvimento de novas habilidades, que serão demandas para os bons profissionais em um futuro muito próximo, a exemplo da capacidade de resolver problemas, de simplificar e interpretar, de liderar, trabalhar em equipe e da fluência no uso de tecnologias para quaisquer áreas do conhecimento.
Pode-se dizer que, no Brasil, as escolas ainda estão em um estágio inicial desse processo porque ensinar computação para crianças e adolescentes se confunde, por vezes, com as aulas de informática, que se referem à instruções voltadas para capacitar para o manuseio de aplicativos de escritório, a edição gráfica e de ferramentas de gerenciamento de conteúdo web. Embora muitas escolas brasileiras apresentem recursos tecnológicos que superam a realidade de outros países, com salas de aulas e laboratórios de informática bem equipados, o modelo mental que os alunos desenvolvem sobre os sistemas computacionais ainda se molda a uma perspectiva de capacitar usuários de aplicativos.
É preciso desenvolver uma visão ampla sobre a Computação na escola, de maneira que ela não seja apenas utilizada para entretenimento ou como auxílio ao ensino de outras disciplinas para “fixar a atenção” dos alunos. Mas, principalmente, como um mecanismo capaz de ampliar a visão do estudante para a concepção e a implementação de software e hardware, através do ensino de técnicas indicadas para a resolução de problemas, o estudo de programação e o raciocínio lógico.
O entendimento sobre os princípios da construção de soluções computacionais, suas aplicações e seu impacto na sociedade é primordial para a formação do cidadão contemporâneo, capaz não apenas de consumir a informação, mas de ser um agente na produção do conhecimento. Diversos trabalhos, entre eles os de Garcia et al. (Garcia et al. 2008) e Barros et al (Barros et al. 2009) demonstram a tentativa de desenvolver a competência de desenvolver programas com alunos do ensino médio.

Trecho retirado de “Um Relato de Experiências de Estagiários da Licenciatura em Computação com o Ensino de Computação para Crianças” de Pasqueline Dantas ScaicoUFPB – Rio Tinto, PB – Brasil, E-mail: pasqueline@dce.ufpb.br; Mychelline Souto Henrique UFPB – Rio Tinto, PB – Brasil, E-mail: mychelline.henrique @dce.ufpb.br; Felipe Oliveira Miranda Cunha UFPB – Rio Tinto, PB – Brasil, E-mail: felipe.cunha@dce.ufpb.br; Yugo Mangueira de Alencar UFPB – Rio Tinto, PB – Brasil, E-mail: yugo.alencar@dce.ufpb.br.

Do site https://www.seer.ufrgs.br/renote/article/viewFile/36377/23471 em 07/10/2020

Nossa Prática de Ensino a Computação III

Graças aos dois textos anteriores, temos uma noção da importância do ensino de informática para crianças e adolescentes. Com a ubiquidade da computação dentro sociedade, temos, enquanto Licenciados em Computação uma excelente e enorme janela de oportunidades. Dentro das escolas ou empresas, por exemplo, com o treinamento que recebemos até agora, podemos implementar ambientes de ensino baseados em multimeios digitais, podemos ensinar programação e informática básica, mas tudo isso para adultos.

Nesta disciplinas veremos os conceitos (alguns serão revistos) necessários para o ensino de crianças e adolescentes. Não podemos aplicar as mesmas técnicas que aplicamos a adultos em crianças e adolescentes.

Revisitaremos o behaviorismo, reveremos Piaget e sua Teoria Cognitiva e outros temas necessários para entender  o ensino infanto-juvenil. Mas também olharemos o que existe de moderno na educação (principalmente) e coloco abaixo um vídeo de um grande educador que faleceu recentemente Sir Ken Ronbison. Assistam e liguem a legenda em português, o vídeo está com este recurso.

 

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