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Aula 04 – Prática de Ensino a Computação II

Captação Digital

Nossa meta agora é conhecer e aplicar conceitos de tratamento de imagem. Mas antes de caminhar diretamente para o tratamento em si deveremos compreender que a captura, organização, classificação das imagens, edição e preparação para a saída (adequação ao meio) é primordial quando desejamos obter imagens impactantes.

Reflita também sobre a possibilidade de você estender seus conhecimentos e aprimorar suas técnicas de tal forma que você possa até mesmo oferecer seu trabalho a outros fotógrafos (o que é muito comum hoje em dia). Editar uma imagem pode ser uma tarefa muito simples para alguns, mas não é o que parece. É preciso conhecer a fundo os recursos disponíveis e utilizá-los de forma a se obter melhores resultados com o menor tempo possível. E, nesse sentido, vamos pensar em algumas possibilidades?

Pois bem, trabalhando como fotógrafo e tratador de imagens para outros fotógrafos, como você prepararia imagens para serem exibidas na Internet? O que garante que as cores saiam como você vê na sua tela? Ou não saem? Elas ficaram diferentes? Há uma forma correta de se ter certeza de que as cores resultantes no trabalho não contenham desvio de matiz? Também há perda de contraste? Por quê?

Vamos estudar e compreender os aspectos mais importantes da captação, revelação, edição e tratamento da imagem. O sentido de organização, os principais tipos de arquivos de imagens e suas características é de um certo “emaranhado” de conceitos que circundam o controle da cor na fotografia. Também vamos compreender sobre o que é captura vinculada e como utilizar esta ferramenta em diferentes áreas da fotografia. Enfim, os primeiros passos antes de partir para o tratamento da imagem em si.

Conceito de workflow, Ingestão de imagens, Metadados e Armazenamento de arquivos.

Workflow (fluxo de trabalho) passou imediatamente a fazer sentido no trabalho com imagens na medida que deixou apenas de ser uma tarefa única e simples. Tratamento de imagens requer procedimentos anteriores e posteriores à edição em si.

Um fotógrafo que produz imagens de caráter mais artístico pode ter um fluxo de trabalho bem diferente diante de um fotógrafo de eventos, por exemplo. Mesmo dentro do campo da fotografia de eventos, um fotógrafo de casamento tem um fluxo de trabalho diferente de um fotógrafo que se especializou na fotografia de institucionais ou de eventos empresariais. Não é apenas o que se fotografa, mas o que é prioridade no trabalho.

O fluxo de trabalho digital tem a ver com o seguinte raciocínio: começo, meio e fim. Parece simples, não é mesmo? Mas não é bem assim. Os três pontos estão entrelaçados. Um fotógrafo não realiza um trabalho sem planejamento. Ele não começa apenas fotografando algo e pronto. Ele precisa projetar o que pretende fazer com a imagem. Portanto, no “começo” ele precisa pensar sobre como fazer a captura das imagens. Qual formato de arquivo? Quantas imagens serão capturadas? Como classificar no sentido de se tratar somente as imagens necessárias? Haverá backup de tudo? Todas as imagens receberão o mesmo tratamento?

Quanto ao “meio” podemos pensar em que ISO foi feita a captura? O tratamento de ruído precisa ser mais agressivo? Será preciso tratar da nitidez da imagem de forma mais simples ou mais complexa?

E, no “fim”, podemos pensar para onde vão essas imagens? Serão impressas em fine art? (Papeis, impressoras e tintas especiais de alta qualidade). Papel comum ou papel fotográfico? São apenas imagens para Internet?

Nesse sentido, podemos perceber outros aspectos importantes que mostram o grau de “entrelaçamento” entre começo, meio e fim: se as imagens vão para Internet, é preciso o mesmo grau de tratamento de imagem para quando ela será impressa? Ou será que uma mesma imagem deverá receber dois tipos de tratamento digital? E assim por diante.

Workflow digital, ou simplesmente workflow, não é um plano de ações único, mas um plano de ações voltados para atividades específicas na fotografia. Isso significa dizer que precisamos conhecer diversas estratégias de trabalho, saber que há passos comuns dentro das diversas sequências de trabalho possíveis.

Ingestão de imagens.

Um termo, de certa forma, recente e exclusivo do mundo digital, no “vocabulário fotográfico”:

“(…) ingestão de imagens é o processo de descarregar imagens dos cartões de memória para dentro do computador, onde diversas ações podem ser incluídas, como renomear, aplicar metadados, aplicar presets, conversão para DNG e já dar início a backups. Alguns softwares são específicos para realizar este tipo de tarefa […] enquanto que outros softwares como o Lightroom, por exemplo, já incluem esta tarefa em seus recursos. (RUSSOTI;ANDERSON, 2010, p.17)”

Assim, podemos perceber que já há um grau de importância até mesmo no momento em que as imagens são colocadas no computador. Descreveremos os termos desconhecidos mais adiante.

Metadados

Com certeza a explicação mais simples para o termo é “dados dentro de dados”. Metadados são informações que descrevem as características do arquivo digital embutidas dentro dele. E podem ser informações bem variadas.

Em arquivos de imagens, ao procurar por suas “propriedades” encontramos data, modelo de câmera, dados de exposição, se o flash foi acionado, dados de GPS, dados de autoria, etc. Observe que não são dados que aparecem na exibição da imagem, mas somente nas propriedades do arquivo.

E que utilidades esses metadados possuem? Veremos mais tarde nas telas do Lightroom (software alternaivos ao lightroom) que são dados imprescindíveis na busca por imagens. Com eles, é possível localizar, dentro de milhares de imagens, quantas e quais delas utilizaram uma lente específica, quantas imagens são de um ISO específico ou ainda, onde e quantas fotos foram fotografadas em determinada localização, com base em dados de GPS e muitas outras formas de busca rápidas e poderosas. Há, portanto, metadados que não são editáveis, como os dados de câmera, mas que podem ser removidos (o que pode não ser interessante). Também veremos como inserir metadados tais como palavras-chave, site do fotógrafo, direitos de copywrite e muitos outros.

Armazenamento de arquivos

Muitos fotógrafos não fazem nenhum planejamento no sentido de ser organizado com suas imagens. Guardar seu arquivo de fotografias em lugares diferentes e desordenados pode ser um grande risco, uma vez que, no momento em que ele tiver que comprovar sua experiência como fotógrafo, não será apenas com suas certificações, mas também com imagens nas quais ele pode comprovar suas habilidades e a sua autoria.

Em um sistema Windows, o usuário iniciante tende a guardar suas imagens da seguinte forma:

Sistema Windows
Sistema Windows

O próprio sistema operacional direciona que suas imagens sejam arquivadas na pasta “Minhas Imagens” relativas a cada usuário em suas respectivas pastas de usuário. Para além disso, temos também a tendência de guardar as imagens em local visível, como a própria área de trabalho e não  colocar nomes simples e objetivos de pasta. Essa desordem dificulta o backup de segurança, pois as pastas estão em locais não muito estratégicos. E ainda um vírus geralmente intervém diretamente na pasta de usuário, o que pode ser uma dificuldade ainda maior na hora em que o sistema não mais seja carregado (falha no carregamento do sistema operacional).

Uma sugestão mais estratégica pode ser observada na figura abaixo. Nela, o usuário coloca tudo de forma organizada no diretório raiz, na pasta de nome Fotografia (pode ser qualquer nome). Isto facilita ao programa de backup procurar tudo em um mesmo local. Também podem ser colocados em ordem por ano/mês/dia. O critério é totalmente seu. Posteriormente, pastas com o nome do cliente, nome do trabalho etc. Dentro de cada pasta o conteúdo dos cartões, arquivos “matriz”, arquivos de saída (adequação como veremos mais tarde), panorâmicas etc. Mantendo uma ordem como essa, você pode localizar uma imagem sem muita dificuldade*

Sugestão de organização
Sugestão de organização

.*Em respeito ao material utilizado para criar estas aulas, mantive esse assunto como foi forncedio pelo autor, mas como somos da área de Tecnlogia da Informação (T.I.) muitas destas dicas nos parecem triviais e ingênuas.

O uso do Lightroom*

Em 1987/1988, foi desenvolvido o programa Photoshop. A versão 1.0 foi lançada pela Adobe em 1990. Na época, era um programa voltado ao tratamento de imagens, útil para fotógrafos e design. O programa era simples e robusto, e já tinha ferramentas que utilizamos até hoje. Até então, a movimentação de imagens era muito menor, porque o arquivo que mais se trabalhava era o de imagens escaneadas.

Com a evolução da tecnologia digital, alguns fabricantes criaram e adaptaram sensores digitais a câmeras fotográficas que usavam filme. Mas rapidamente foram surgindo as câmeras fotográficas totalmente digitais no mercado. Porém, câmeras digitais geram pelo menos dois tipos de arquivos, com formatos diferentes. Um deles, mais comum, é uma imagem em JPEG, que podemos chamar de “tratada”, ou seja, uma imagem que recebe ajustes básicos de luz, cor, contraste etc., enquanto o outro é um formato exclusivo do fabricante chamado de arquivo Raw (cru). Esse arquivo não era visualizável pelo sistema operacional, apenas uma indicação de que se tratava de um arquivo de imagem. Dependendo do fabricante a extensão era CR2, NEF, RAW etc.

*No caso do Windows os sistemas operacionais da Microsoft que usam NTFS permitem a inserção de atributos que podem ajudar o profissional a organizar imagens e fotos. Veja a animação abaixo:

Atributos extras no NTFS
Atributos extras no NTFS.

Para lidar com os diferentes arquivos, a Adobe desenvolveu o Bridge,  um aplicativo de gerenciamento de ativos digitais. Esse programa permitia a visualização os tipos de arquivos digitais e também ajudava a organizar e classificar rapidamente cada tipo de imagem. Assim, a dupla Photoshop e Bridge resolveram bem, por um bom tempo, as necessidades de um fotógrafo.

Com o passar dos anos, a Adobe desenvolveu o Lightroom (2007). Um programa que reunia, entre várias tarefas, tratamento básico de imagens em raw (e outros formatos também) (revelação), bem como organização e classificação de imagens. Ele permite que o usuário importe uma grande quantidade de fotos automaticamente a partir de uma câmera ou cartão de memória, podendo organizá-las em pastas e fazendo diversos ajustes. E permite também salvar as configurações para futuros trabalhos.

Hoje o Lightroom (Lr) está dividido em duas versões: Adobe Lightroom Classic e Lightroom CC. Sem sombra de dúvidas é um software muito poderoso, simples e prático de se utilizar. A Adobe utiliza o slogan de que o Lightroom é um programa feito por fotógrafos para fotógrafos. Se o Photoshop é uma ferramenta para várias áreas, como edição de Pintura digital e Web design, entre outros, o Lightroom está muito mais voltado para todas as tarefas possíveis de um fotógrafo.

De forma resumida, é um programa que administra um grande banco de dados. E por esta propriedade, suas tarefas podem ser realizadas em lote, ou seja, de forma repetitiva.

Ele não é um programa de edição de imagens como o Photoshop. Ao contrário, o Lightroom é um programa que cria parâmetros de revelação de uma imagem. Quando você importa uma (ou muitas) imagem, na verdade, o Lightroom lê o arquivo para criar um preview. Neste preview é que aplicamos parâmetros de revelação como correção de lente, ajuste de brilho, contraste, nitidez etc., portanto, seus originais não são tocados, mas são criadas novas versões para elas, segundo ajustes que desejamos fazer. Portanto é um programa “PIE” (Parametric Image Editing – programa de edição paramétrico).

Também é um programa que, por meio desses previews, permite “visualizar” todos os seus arquivos de imagens como uma grande Biblioteca. Organizada tanto na forma real em pastas quanto na virtual, através de suas coleções. Permite o trabalho com Metadados, tanto em pesquisa quanto em edição deles (dados de GPS, autoria, classificação etc.). Opera tanto nos sistemas MacOs quanto Windows. O software tem integração com o Photoshop, ou seja, se em uma dada imagem encontramos a necessidade de intervenção acima da capacidade do Lightroom, a imagem pode ser levada ao Photoshop para a edição e retorna para o Lightroom. Atualmente, também tem seu próprio recurso de edição de panorâmicas bem como de HDR (High Dynamic Range – faixa dinâmica estendida) como veremos mais tarde. O Lightroom é modular e possui os seguintes menus: Biblioteca, Edição, Impressão, WEB, Foto livro, Apresentação de slides e Mapas.

De uma forma resumida, o Lightroom é um grande banco de dados que permite a “Ingestão” de forma bastante simplificada e prática. Nele temos quatro grandes etapas: Importação, Organização, Edição e Exportação. São passos que veremos em nossa sequência de estudos. Para compreendê-las de forma mais clara, devemos analisar mais de perto os principais formatos de arquivos de imagem.

Principais formatos de arquivos para fotografia e seus objetivos

Os principais formatos de imagens que o Lightroom opera são Jpeg, Tiff,DNG e Raw, Png e PSD.

Formato Jpeg: arquivo RGB baseado em imagem de 8 bits por cor, possui a imagem em si dentro da área de dados. No JPEG, a imagem está comprimida segundo um algorítmo de compactação configurável (admite perdas em função do grau de compactação) de tal forma a ocupar muito menos bytes do que o seu original sem compactação. Possui ainda um campo de metadados chamado EXIF, que mantém dados de fotografia como modelo de câmera, distância focal, data do arquivo e muito mais. O campo IPTC e IPTC extendido é um local onde estão guardados os dados do fotógrafo: endereço de email, autoria, site, palavra-chave, entre outros. O campo XMP é um campo criado pela Adobe para dados extendidos, como classificação, tags e outros dados. É o tipo de formato mais utilizado na Internet, impressão em minilabs, smartphones etc.

Formato Tiff: tanto tiff como Jpeg são arquivos de arquitetura aberta, ou seja, de conhecimento público. Muito semelhante ao Jpeg em termos de campos de dados, a grande diferença está nos dados não comprimidos da imagem (admite compressão sem perdas) que podem trabalhar em 8 ou 16 bits. É o tipo de arquivo mais indicado para saídas em alta definição, como impressão de qualidade fotográfica ou impressão fine art.

Formato JPEG e TIFF
Formato JPEG e TIFF.

Formato Raw: arquivo de arquitetura fechada, ou seja, as informaçoes internas não são totalmente conhecidas, sendo totalmente conhecida apenas pelo fabricante da câmera fotográfica. Mesmo não sendo totalmente decodificável, dados EXIF e da própria imagem, são decodificáveis (portanto, decodificar o arquivo não é modificar/editar e sim retirar uma amostra). É um formato que contém toda a qualidade disponível da imagem. Não contém nenhum tipo de intervenção, desde white balance, nitidez, filtro de ruído, ajuste de gama (adaptação à curva de comportamento do olho humano) etc. Quando ele é parametrizado pelo Lightroom, os parâmetros ficam no próprio banco de dados do software. Quando é parametrizado pelo Adobe Camera Raw, os parâmetros de ajuste ficam em um arquivo com o mesmo nome do seu original com a extenção “.XMP”.

Formato Raw
Formato Raw

Formato DNG: arquivo de arquitetura aberta, porém com características de qualidade da imagem do arquivo Raw. A imagem está com a qualidade máxima vinda da câmera, possui todos os campos de dados dos outros formatos e pode guardar dentro de si o próprio arquivo raw.

Formato PSD: formato nativo do Photoshop. Quando em modulo de revelação, você decide aprofundar o tratamento da imagem você a envia ao Photoshop, em sua qualidade máxima (tiff 16 bits ou PSD configurável nas preferências do Lightroom – Edição Externa). Após edição o Photoshop pode ser acionado para “salvar” a imagem e fechar. Não precisa dar nomes nem mais nada. Ela passa imediatamente a estar disponível dentro do Lightroom. Agora em formato PSD ou Tiff, conforme sua configuração.

Formato PNG: não é um formato na qual se utiliza dentro do Lr para revelação. Porém, é o formato correto na elaboração de marca d’água (por ser um formato que admite transparência de pixels).

O controle da cor, Espaços de cor, Perfis de cor, Calibração de monitor, color checker

O controle da cor é um dos principais problemas que um fotógrafo enfrenta em seu dia a dia. É preciso que o fotógrafo compreenda que a cor do que ele vê no momento da captura não é a mesma capturada pela câmera, não será a mesma vista no monitor de seu computador nem será mais a mesma quando impressa ou publicada em qualquer mídia.

Tudo isso porque cada dispositivo ao longo da cadeia do processo digital tem comportamentos diferentes do que vimos a cena no momento da captura.

Como podemos compreender isso de forma simplificada? É simples: se soubermos qual é a capacidade do olho humano de enxergar as cores poderemos pensar em criar nossa “fita métrica” para cores, nossa “escala”. Não temos unidades como quilogramas, litros, metros? Nossa referência será o resultado de uma avaliação cientifica do que o olho é capaz de enxergar. Não somos capazes de enxergar todo o espectro de cores. Nossos olhos possuem diferentes comportamentos para as três cores primárias (vermelho, verde e azul).

Em 1931, um comitê internacional chamado CIE (Commission internationale de l’éclairage – Comitê Internacional de Iluminação) fez o primeiro estudo sobre o comportamento do olho humano através de testes comparativos feitos com diferentes pessoas. Nesses comparativos, o observador foi solicitado a olhar para uma cor de teste projetada em uma placa. Ao lado dessa placa havia uma outra placa iluminada por uma cor na qual o observador deveria ajustar até ficar igual a de teste. Os resultados obtidos permitiram que uma curva de desempenho do olho fosse criada. Essa curva é
comparada com valores absolutos cientificamente conhecidos, dando origem a um mapa:

Diagrama de cromaticidade CIE xy 1931
Diagrama de cromaticidade CIE xy 1931

O gráfico da figura acima  acima descreve em comprimentos de onda (380 – 700 nm) a média de capacidade da visão humana. Cores fora deste espectro não são percebidas. Esse mapa de cores pode ser pensado como  referência para nosso raciocínio:

Gerenciamento de cor
Gerenciamento de cor

A capacidade de registro de luz e cor de uma câmera fotográfica não é a mesma de nossos olhos. Analisando o diagrama de cromaticidade, figura abaixo acima, veremos que ele é composto por diversos traçados internos dentro de uma área colorida. A área de cor visível representa a capacidade de discernimento de cores humana. Os traçados mais internos são de dispositivos de hardware, como impressoras, monitores de vídeo, etc. que possuem espaços de cor próprios, em comparação ao que o olho vê. O triangulo mais externo é o espaço de cor ProPhoto, que nos extremos azul e verde até excedem um pouco a capacidade do olho humano. Os outros espaços de cor, menores, são o Adobe RGB, o sRGB e o espaço de cor de uma impressora Epson modelo 2200 com um modelo específico de papel.

Espaços de cor
Espaços de cor

Quando uma imagem segue para o computador, ele possui um gerenciador de espaço de cor (Color Management). A imagem capturada agora é comparada a números reais de cor, mapeados no gerenciador de cores. A partir disto, o computador pode representar a imagem na tela. Porém, a tela possui uma escala de cor menor do que o espaço de cor ProPhoto oriundo da câmera. O computador adapta (converte) esse espaço de cor maior para um típico sRGB – um espaço de cor menor (portanto, o que você vê na tela tem uma qualidade de cores muitas vezes menor do que as cores reais capturadas pela câmera). Veja, a representação de cores no computador é dada por números de uma dada escala. Os números para a representação são os mesmos, o que muda é a quantidade de cor da escala de cores em questão. Então, um número qualquer, em determinado espaço de cor, certamente não é a mesma cor em outro.

Quando você realiza um tratamento de imagens no computador, o que visualiza na tela é virtual, uma vez que seu monitor pode não exibir as cores reais de sua imagem. No entanto, o computador “sabe” disso e mantém através de “números” a tabela de conversão entre dispositivos. Ao dar uma saída em uma imagem para impressão, o que temos na impressora é um espaço de cor geralmente ainda menor do que do monitor, é o chamado espaço de cor CMYK. No entanto, há diversos modelos de impressoras com diferentes espaços de cor em função do tipo de tinta, do tipo de papel etc. Por isso, é preciso ter certeza de ajustar no menu de impressão cada detalhe que possa modificar o resultado da impressão.

A web também é um tipo de “saída”. Nesse caso, o ponto mais crítico ainda é o fato de que para a web, qualquer que seja o espaço de cor da imagem, este deverá ser convertido para sRGB, um espaço menor, básico, definido no passado pelos desenvolvedores como IBM, Compac, HP, Microsoft e outros. A web sempre busca por simplificação para melhorar sua performance. Por isso, o espaço de cor é o sRGB, que utiliza apenas 256 cores do espaço. O que significa dizer que uma imagem pode mudar muito, em termos de cores, quando colocada na web.

Outra mudança importante que a imagem sofre para a web é que ela deve ser reduzida em tamanho, ou seja, sua resolução, em comparação com a original da imagem gerada pela câmera, que é muito maior. Quando falamos em diminuir o tamanho de uma imagem (também para facilitar o upload e o download na web), a imagem geralmente perde (em maior ou menor grau) o contraste e as texturas nas altas e baixas luzes. A interpolação – um processo que modifica o tamanho de uma imagem para mais ou menos de seu tamanho original – geralmente causa essas mudanças. Muitas vezes é preciso compensar reajustando a imagem.

Por isso tudo, devemos estar atentos ao que acontece com a cor durante a passagem entre os sistemas, para que esta não sofra desvios de cor. Se pensarmos em modelos matemáticos de cor, como Matiz, Saturação e Luminosidade (modelo HSL Hue, Saturation and Lightness), a matiz de uma cor é o elemento mais perigoso no processo de edição de imagens. Uma cor alaranjada pode sofrer um ligeiro um desvio de cor para amarelada, por exemplo, dependendo dos ajustes que realizamos. Por consequência, as cores relacionadas podem apresentar desvio comprometendo a qualidade geral da imagem, se comparada com seu original.

O monitor

Sendo o elemento mais crítico, o monitor de vídeo é o elemento-chave para nossas avaliações muitas vezes subjetivas da imagem. Cada usuário pode ter uma percepção ligeiramente diferente de cores, contraste e nitidez. Monitores de vídeo não são dispositivos os quais temos como aferir de forma visual. A melhor forma de se ajustar um monitor é através de hardware específico. Um calibrador de monitor espectrofotômetro.

Calibrar monitor
Calibrar monitor

Trata-se de um dispositivo que examina as cores geradas pelo monitor (através de seu programa) e cria um arquivo no qual o software de gerenciamento de cores do sistema operacional utiliza para ajustar as cores do monitor, adequando luz ambiente, cor e contraste.

Color Checker

Uma fotografia de um objeto é realizada sob luz. Sabemos que a cor do objeto pode mudar em função das características de cor da luz. Mas a câmera fotográfica também pode apresentar diferenças de comportamento com relação a cor, mesmo entre modelos iguais. A melhor forma de se resolver a questão é fotografar adicionando na cena, sob a mesma condição de luz que queremos ter mais precisão da cor, um dispositivo chamado colorchecker. Ele possui uma tabela de cores cientificamente conhecidas, e está disponível no mercado em diferentes tamanhos (de um cartão de credito a um A4). Assim, podemos utilizar um software que investiga as cores resultantes e cria um “perfil de câmera” para aquela condição de luz. Basta carregar o perfil no software do Lightroom, ou onde quer que se faça necessário. Geralmente a cor que sofre mais desvio é o azul e seus derivados mais próximos.

Color Checker
Color Checker

Captura vinculada

A captura vinculada é um recurso bastante utilizado na captura, por permitir que se visualize a imagem em um tamanho maior do que o display da câmera. É empregado na fotografia de produtos (mas não só) por permitir que sejam investigados foco, profundidade de campo, composição etc. É muito útil para a fotografia de moda em que estilistas e clientes podem acompanhar o resultado das imagens e opinar sobre o conteúdo, tal como atitude do modelo, detalhes do look etc.

No Lightroom é muito simples de se utilizar, basta conectar a câmera via cabo USB ao computador, carregar o software e procurar por captura vinculada. Um detalhe importante é o de que cabos mais curtos funcionam melhor do que cabos mais longos. Para cabos mais longos, o melhor é buscar por cabos que tenham driver de amplificação no próprio cabo.

Uma vez conectados, é possível configurar para que o software apresente as imagens em tela cheia e ainda, um pequeno painel no qual se pode mudar a configuração de parâmetros básicos da câmera. É possível ainda aplicar presets (predefinições) a cada captura. Basicamente o que você vê na tela do Lightroom é um preview de uma imagem, ou seja, como a imagem ficará quando os parâmetros nas quais você está ajustando ficarão na imagem final. Presets são uma “anotação” desses parâmetros.

Com esta aula terminamos a parte de interpretação de imagem, fotografia e tratamento fotográfico.

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