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Aula 01 de Instalações e Gerenciamento de Redes

Cabeamento Estruturado

Normalização
Você já imaginou como os produtos seriam fabricados se cada fabricante produzisse o seu produto seguindo a sua própria regra de construção? Foi pensando nesta situação que as normas surgiram, com o objetivo de gerar padrões de fabricação e aplicação dos produtos e serviços. A normalização facilita as etapas de produção, reduzindo o crescimento desordenado de procedimentos e produtos.

A norma que deu início à padronização de fios e cabos para os sistemas de telecomunicações em edifícios comerciais surgiu em meados de 1991, por meio de um órgão responsável pela padronização dos sistemas, o EIA/TIA (Electronic Industries Association/Telecommunications Industry Association), que posteriormente, recebeu o nome de ANSI/EIA/TIA-568, tendo como meta principal desenvolver, planejar e fixar padrões para os sistemas de cabeação, não importando o fabricante, e sim a forma como o produto será executado ou construído.

Os sistemas de telecomunicações em edifícios comerciais eram projetados subestimando os serviços que viriam a ser operados dentro deles. Eram diversos os padrões de cabos utilizados para a demanda de uma instalação, não havendo coordenação entre os fabricantes dos materiais.

Dessa forma, as normas de cabeamento foram definidas por instituições nacionais e internacionais, e são independentes dos fabricantes dos materiais, servindo como referência para os próprios fabricantes.
Reconhecendo a necessidade de padronizar o sistema de cabeamento estruturado, diversos profissionais, fabricantes, consultores e usuários reuniram-se sob a orientação de organizações como: ISO/IEC, TIA/EIA, CSA, ANSI, BICSI, ABNT, entre outras, para desenvolver normas que garantissem a implementação do que seria o melhor conceito em cabeamento estruturado.
Para dar continuidade ao trabalho da norma Americana ANSI/EIA/TIA-568, foram produzidos diversos outros documentos e atualizações, conforme você pode verificar a seguir:

  1. ANSI/TIA/EIA-568 – norma que iniciou a padronização de cabeamento de telecomunicações em edifícios comerciais, 1991;
  2. ANSI/TIA/EIA-568A – essa norma é uma revisão do padrão de cabeamento de telecomunicações em edifícios comerciais, 1995;
  3. TIA/EIA TSB67 – norma responsável por especificar o desempenho de transmissão para teste em sistemas de cabeamento par trançado;
  4. TIA/EIA TSB72 – norma responsável pela padronização do cabeamento centralizado de fibra óptica;
  5. TIA/EIA TSB75 – essa norma é responsável pelas práticas em cabeamento horizontal, em escritórios abertos;
  6. TIA/EIA TSB95 – essa norma tem como papel fundamental, a orientação de desempenho em transmissões de cabo Cat5 quatro pares 100ohms;
  7. ANSI/TIA/EIA-568-A-1 – norma que especifica o atraso de propagação para os cabos de quatro pares, 100ohms;
  8. ANSI/TIA/EIA-568-A-2 – revisão da norma ANSI/TIA/EIA-568-A-1;
  9. ANSI/TIA/EIA-568-A-3 – revisão da norma ANSI/TIA/EIA-568-A-1, com acréscimos;
  10. ANSI/TIA/EIA-568-A-4 – essa norma possui requisitos e métodos para teste de perda de Paradiafonia, ou seja, interferência provocada em um par adjacente nos cabos de manobra (patch Cord) par trançado não blindados;
  11. ANSI/TIA/EIA-568-A-5 – essa norma tem como papel fundamental, a orientação de desempenho em transmissões de cabo Cat5e quatro pares 100ohms.

A mais recente norma publicada pela TIA é a ANSI/TIA/EIA 568-B padrão. É uma revisão do ANSI/TIA/EIA 568-A, que foi publicada em 1995. Este padrão é publicado como um documento de três partes:

  1. ANSI/TIA/EIA 568-B.1 – O projeto discute requisitos gerais. Fornece informações no que diz respeito ao planejamento, instalação e verificação em sistemas de cabeamento estruturado de edifícios comerciais. Estabelece também o desempenho de parâmetros para sistemas de cabeamento, tais como, canais e links permanentes. Uma das principais mudanças neste documento é que ele só reconhece os cabos de categoria 5e (ou superior categoria).
  2. ANSI/TIA/EIA 568-B.2 – Esta norma especifica cabeamentos, componentes e requisitos de transmissão de um sistema de cabeamento.
  3. ANSI/TIA/EIA 568-B.3 – Discute componentes de fibra óptica. Esta norma especifica os componentes e transmissão de requisitos para sistemas de cabeamento de fibra óptica.

Desde então, todas as evoluções tiveram como referência a 568B evoluída e aprimorada pelas normas relacionadas a seguir:

  1. ANSI/TIA/EIA-569 – Padrão de Construção Comercial para Caminhos de telecomunicações e Espaços (outubro 1990);
  2. ANSI/TIA/EIA-569A – Padrão de Construção Comercial para Caminhos de Telecomunicações e Espaços (fevereiro de 1998);
  3. ANSI/TIA/EIA-570 – Residenciais e Comerciais Leves Telecomunicações Fiação Padrão (junho de 1991);
  4. ANSI/TIA/EIA-570A – Residenciais e Comerciais Leves Telecomunicações Fiação Padrão (outubro de 1999);
  5. TIA/EIA-606 – A Administração3 Padrão para as Telecomunicações Infra-estrutura de Comercial Edifícios (fevereiro de 1993);
  6. ANSI/EIA/TIA-607 – Aterramento Edifício Comercial e Requisitos para a ligação de Telecomunicações (agosto de 1994).

Cabos Metálicos e Suas Categorias

Cabos metálicos
São condutores de eletricidade utilizados para a transmissão de sinais nos sistemas de telecomunicações. Até pouco tempo, eram bastante utilizados para transmissões de sinais à longa distância, porém, após o surgimento dos cabos de fibra óptica, sua utilização ficou restrita às redes locais (por sua praticidade de manuseio comparado às fibras).

Cabo de Pares Trançados UTP
Cabo de Pares Trançados UTP

a) Cabo de par trançado (Twisted Pair) – É um tipo de fiação na qual dois condutores são torcidos juntos, para efeitos de cancelamento de correntes, protegendo o par de interferências eletromagnéticas (EMI), de fontes externas (como por exemplo: descargas elétricas), de motores, etc. Esses condutores são agrupados e revestidos com camadas isolantes ou metálicas, em número de pares que venham a atender a aplicação a qual se destina.

São três os tipos de cabos de par trançado:

  • UTP – Unshielded Twisted Pair – Possuem impedância de 100Ω. Normalmente possuem 4 ou 25 pares, não utilizam blindagem, e possuem bitola2 de 24AWG.
  • FTP – Foiled Twisted Pair e ScTP – Screened Twisted Pair – Possuem impedância de 100Ω em 4 pares com blindagem metálica que pode ser uma folha (foiled) cobrindo o conjunto dos pares ou uma malha (screened), e bitola de 24AWG.
  • STP – Shielded Twisted Pair – São constituídos por dois pares trançados, que são cobertos por uma camada de blindagem e por uma nova blindagem, após a camada isolante. Possuem impedância de 150Ω e sua bitola é de 22AWG.

b) American Wire Gauge (AWG) – É a unidade de medida usada para padronização de fios e cabos elétricos.

c) Conectores para cabos de par trançado – Conector é um dispositivo que permite uma espécie de emenda mecânica, sendo utilizado para interligar um cabo a um equipamento de redes. O conector modular de oito vias, por exemplo, é o padrão para cabos de par trançado.
No caso de tomadas de telecomunicações, o conector é conhecido por Jack Modular ou RJ45 fêmea. Para os cabos, o conector é conhecido por plug RJ45 macho.

Conector RJ45
Conector RJ45
Jack Modular
Jack Modular

Categorias de cabeamentos metálico

As categorias de cabeamento metálico surgiram em 1991, paralelas ao início dos procedimentos de padronização de fios e cabos para os sistemas de telecomunicações em edifícios comerciais. Tinham por finalidade apresentar a performance do cabo.
Primeiramente, surgiu a categoria 3, que possuía uma frequência de no máximo 16Mhz. Esta categoria foi soberana até 1993, dando lugar a categoria 4, que transmitia a uma frequência de 20Mhz. Esta categoria teve um curto período de duração, devido ao surgimento da categoria 5, em 1994, que viria atender a demanda das transmissões, na casa de 100Mbps.
A categoria 5 difundiu-se mundialmente por alguns anos até o surgimento das transmissões gigabit ethernet, que fez com que esta categoria, em 2001, passasse por uma atualização de controle de ruído, em que veio a ser chamada de categoria 5e (o “e” significa melhorada). No ano seguinte, surgiram os cabos de categoria 6.
Poucas são as redes que utilizam em seu cabeamento estruturado a categoria 5 (apenas instalações antigas). A categoria predominante é a categoria 5e, mas em novas instalações são utilizados os cabos de categoria 6.
A seguir, conheça a definição das categorias de cabeamento metálico.

  • CAT 3 – Voz, 10 base T;
  • CAT 4 – Token Ring 16Mbps;
  • CAT 5 – 100 base TX (Fast-Ethernet);
  • CAT 5E – 1000 base T (gigabit Ethernet);
  • CAT 6 – Gigabit com eletrônica simplificada e vídeo até canal 28;
  • CAT 7 – Aplicações com vídeo CATV (600 a 1000MHz).

Sistemas de cabeamento estruturado

Um sistema de cabeamento estruturado é um tipo de sistema cuja infraestrutura se apresenta de forma flexível e suporta a utilização de diversos tipos de aplicações, tais como: dados, voz, imagem e controles prediais. Atualmente, as empresas estão levando em conta a utilização desse tipo de sistema pelas vantagens que apresenta em relação aos cabeamentos tradicionais.
O padrão TIA/EIA 568B.1 define um sistema de cabeamento genérico para edifícios comerciais e apresenta um modelo que inclui os elementos funcionais que compõem um sistema de cabos. Os elementos de um sistema de cabeamento são os seguintes:

a) Work Area (WA) ;
b) Horizontal Cabling;
c) Backbone Cabling;
d) Telecommunications Rooms (TR);
e) Equipment Rooms (ER);
f) Entrance Facilities (EF).

O padrão recomenda a prática de projetos de sistemas de cabeamento estruturado metálico, incluindo seleção do tipo de cabo, comprimentos máximos de segmentos de cabos, topologia, salas de telecomunicações e salas de equipamentos.

Exemplo de Cabeamento Estruturado
Exemplo de Cabeamento Estruturado

Nomenclatura brasileira

A norma brasileira para cabeamento estruturado em edifícios comerciais é a NBR14565, baseada na norma Americana ANSI/TIA/EIA 568A, pois segue as mesmas recomendações desta para a implementação de um sistema de cabeamento estruturado. As diferenças entre a norma brasileira e a americana estão nas nomenclaturas e siglas para a representação dos sistemas de um cabeamento, conforme exemplo a seguir.

Área de Trabalho (ATR) = Work Area (WA)

Topologia e conceitos

O cabeamento estruturado adotou como padrão a topologia estrela, em que cada tomada de telecomunicação localizada junto ao usuário, deverá estar ligada a um ponto central que fará a comunicação com a rede de computadores interna da empresa e à Internet.
Um dos principais conceitos da topologia é o Cross-Connect (agrupamento físico de conexão – path panel/blocos 110 IDC), que por meio de path cables, tem a função de mudar o tipo de serviço a ser disponibilizado para o cabeamento horizontal ou cabeamento de Backbone. O cross-connect, que atende diretamente ao cabeamento horizontal, está localizado nos armários de telecomunicações e recebe o nome de Horizontal Cross-Connect (HC).

Cross-Connect ou Conexão Cruzada
Cross-Connect ou Conexão Cruzada

Outro conceito bastante conhecido é a Interconexão. Trata-se de uma conexão direta entre o hardware (Switch, Hub, PABX, etc.) por meio do cabeamento horizontal e de apenas um (01) path panel. Esse tipo de conexão entre o ativo de rede e o cabeamento horizontal é bastante utilizado na prática pelo seu custo benefício e é previsto pelas normas.

Interconexão
Interconexão

Subsistemas do cabeamento estruturado

O sistema de cabeamento estruturado é dividido em seis subsistemas, que visam facilitar a administração do cabeamento. São eles:

a) área de trabalho (ATR);
b) cabeamento horizontal ou secundário;
c) cabeamento vertical ou primário;
d) sala ou armário de telecomunicações (AT);
e) sala de equipamentos (SEQ);
f) entrada de facilidades.

Área de trabalho

A área de trabalho ou WA (Work Area) é o ambiente onde os serviços de telecomunicação serão oferecidos aos usuários, ou seja, é nele que serão instalados e conectados os equipamentos que atendem aos usuários.

A ANSI/EIA/TIA 569 B.2 e a NBR 14.565:2007 recomendam que cada área de trabalho possua 10m2 de área e um mínimo de 2 tomadas de telecomunicações, sendo que uma delas deverá ser atendida por cabo UTP ou F/UTP Cat 5e ou superior, e a outra, por cabos UTP, F/UTP. As normas também recomendam utilizar fibra ótica monomodo ou multímodo de 50/125μm ou 65/125μm, terminando em conectores RJ45 ou conectores para cabos ópticos ST, SC ou LC Duplex.

Para ligar a tomada de telecomunicações aos equipamentos da área de trabalho, recomenda-se a utilização de cabos de manobra flexíveis (adapter cables) pré-conectorizados pelo fabricante de no máximo 5 m.

Ponto de Consolidação

Tipo de conexão utilizada em escritórios abertos, em locais onde as alterações de layouts são menos frequentes. O ponto de consolidação executa uma ligação direta intermediária entre o cabeamento horizontal, que parte da conexão cruzada, e o cabeamento horizontal que vai para um MUTO (NBR 14565:2007) ou MUTOA (Multi User Telecommunication Outlet Assembly – ANSI/EIA/TIA 569 B), ou a tomada de telecomunicações na área de trabalho.

“Conexão cruzada entre estes cabos não são permitidas. Um ponto de consolidação pode ser útil quando reconfigurações são frequentes, mas não tão frequentes quanto à exigência do MUTO por flexibilidade (BICSI, 1998).”

Sobre pontos de consolidação, é importante considerar que:

  1. existe somente 1 CP no enlace horizontal;
  2. cada cabo de 4 pares conectados no CP deve terminar em uma tomada de telecomunicação na área de trabalho;(2012)
  3. os CP não devem abrigar pontos cross-connect ou ativos de rede (switch, etc.).
Ponto de Consolidação
Ponto de Consolidação

Cabeamento Horizontal ou secundário

Esse subsistema, também chamado de cabeamento secundário, compreende os cabos lançados entre a tomada de telecomunicações que atende o usuário nas áreas de trabalho (ATR) até o patch panel, localizado nos armários de telecomunicações.
De acordo com a NBR 14.565:2007 (ABNT, 2007) fazem parte desse subsistema:

a) cabos de rede (horizontais);
b) jumpers, patch panels ou distribuidor interno ótico (DIO) no distribuidor do edifício;
c) terminações mecânicas dos cabos horizontais nas tomadas de telecomunicações;
d) ponto de consolidação (será visto nos próximos capítulos – é opcional);
e) tomadas de telecomunicações.

O cabeamento horizontal suporta os seguintes cabos:

a) cabo de par trançado UTP com 4 pares 100Ohms (os cabos FTP e ScTP também podem ser utilizados). Recomenda-se utilizar cabos de no mínimo Cat 5e.
b) os cabos STP de 2 pares e 150Ohms também são reconhecidos porém não são recomendados.
c) cabo óptico6 multímodo 62,5/125μm.
d) cabo óptico multímodo 50/125μm.

Apesar de reconhecidos pela norma, os cabos categoria 3 UTP ou F/UTP de 100 Ω não são recomendados pelo comitê de normalização, pois têm limitações quanto à largura de banda para aplicações atuais, sendo empregados atualmente apenas para trafegar voz (telefonia). É necessário considerar também as seguintes terminações para o cabeamento horizontal:

a) tomada de telecomunicação que aceite cabo UTP de 4 pares, classificado na categoria 3 (mínimo) ou superior categorias 5e ou categoria 6;
b) outra tomada de telecomunicação que aceite um cabo UTP de 4 pares, categoria 5e, categoria 6 ou fibra óptica 50 60/125μm.

Cabeamento vertical ou primário

Também conhecido por cabeamento vertical ou primário, o subsistema de cabeamento de Backbone tem como função a interligação da sala principal de telecomunicações (wiring closet) com armários ou salas de telecomunicações de pavimentos.
Os requisitos de caminhos e acomodações para a execução deste subsistema seguem as mesmas recomendações do cabeamento horizontal, conforme as normas ISO/IEC 11801 e ANSI/EIA/TIA 569-B. Veja alguns requisitos adicionais para um projeto de cabeamento de Backbone:

  1. ter topologia em estrela ou estrela estendida;
  2. não possuir mais do que dois níveis hierárquicos de conexão cruzada (cross–connect);
  3. os cabos que ligam as conexões cruzadas não podem ultrapassar 20 metros;
  4. evitar instalações em áreas com interferências eletromagnéticas (EMI) e rádio frequência;
  5. os cabos, tanto metálicos como de fibra óptica, devem seguir normas de retardância a chamas, para evitar propagação de incêndio entre os ambientes do edifício;
  6. seguir a EIA/TIA 607 para aterramento das instalações.

Cabos Suportados pelo cabeamento vertical

Para uma conexão vertical são utilizados vários tipos de cabos, dentre os cabos que serão apresentados, o cabo de Cat. 5e é o mais comum, embora esteja em desuso. Veja, a seguir, outros tipos de cabos suportados pelo cabeamento vertical.

  1. Cabos de pares trançados UTP (Unshielded Twisted Pair) ou F/UTP (Foiled/Unshielded Twisted Pair), Cat 5e, 6, 6A e 7 de quatro pares, 100Ω;
  2. Cabos de pares trançados UTP multipares, 100Ω Backbone de voz;
  3. Cabo óptico multimodo de 50/125μm e 65/125μm;
  4. Cabo óptico monomodo.

Os cabos balanceados UTP multipares somente devem ser adotados em Backbone de voz. Para os cabos cat 3 valem as mesmas normas do subsistema anterior.
O comprimento máximo entre as ligações de Backbone são diferentes, dependendo do cabo utilizado ou da existência de armários de telecomunicação intermediários entre a sala principal de telecomunicações e a Conexão Cruzada Horizontal.

Subsistema de cabeamento Backbone
Subsistema de cabeamento Backbone

Distâncias para cabeamento vertical

Quanto à distância utilizada em cabeamento vertical, é preciso destacar que, ao utilizar cabos UTP e S/FTP para os enlaces de voz, esses poderão ter no máximo 800m para ligação direta entre o MC (Cross-Connect Principal) e a CCH (Conexão Cruzada Horizontal). Já se o enlace tiver uma CCI (Conexão Cruzada Intermediária), as medidas serão de 500m entre o MC e o CCI e de 300m entre a CCI e a CCH.

MEIOMC (direto à CCH)CCICCH
Cabo UTP800m500m300m
Fibra Multimodo2.000m1.700m300m
Fibra Monomodo3.000m2.700m300m

O cabeamento de Backbone pode ser subdividido da seguinte maneira:

Backbone de edifício: Refere-se ao sistema que interliga o DGT aos armários de telecomunicação (CCI ou CCH) de cada andar do edifício, conforme a figura a seguir. A distância entre os enlaces deve seguir as recomendações das normas,conforme a tabela e figura apresentadas anteriormente.
Backbone de campus: Refere-se ao sistema que compreende a interconexão de redes entre dois ou mais edifícios, de acordo com figura a seguir. Segue asmesmas recomendações da norma para Backbone de edifícios, exceto quando a ligação entre os edifícios estiver exposta a intempéries ou a surtos de tensão. Neste caso, deve ser utilizado o cabo de fibra óptica.

Backbone de edifício e Campus
Backbone de edifício e Campus

Sala ou armário de telecomunicação
A sala de telecomunicação é um espaço estratégico dentro das edificações, que serve para a interconexão dos cabeamentos horizontal e vertical (Backbone). Neste local, é realizado todo o gerenciamento de conexões cruzadas da instalação.
Os padrões da norma requerem no mínimo uma sala de telecomunicações em cada pavimento da edificação, sendo que quando a área útil for maior que 1.000m2 ou o comprimento do cabo de distribuição horizontal até a WA for maior que 90m, deve-se providenciar um ponto de consolidação, um armário, ou mesmo uma sala de telecomunicação adicional.
Esse espaço é dimensionado em virtude da área útil do andar a que serve. A norma EIA/TIA 569A recomenda dimensões para o armário ou sala de telecomunicação baseadas em uma estação de trabalho a cada 10m2, como mostra a tabela a seguir.

Área AtendidaSala ou Rack
100 (m2 )Rack de parede ou gabinete
100 até 500 (m2 )2,60 x 0,60m ou racks ou gabinete
500(m2 )3,0 x 2,2m
800(m2 )3,0 x 2,8m
1000(m2 )3,0 x 3,4m
Acima de 1000(m2 )Recomendam-se duas salas

Por ser estrategicamente crucial para um bom projeto de cabeamento estruturado, a sala de telecomunicação necessita de algumas especificações recomendadas pela EIA/TIA 569 B, tais como:

a) altura mínima de 2,6m;
b) adoção de codificação padrão de cores dos dispositivos de conectividadeconforme EIA/TIA 606;
c) não possuir teto rebaixado;
d) iluminação recomendada de 500lux medidos a 1m de altura do piso;
e) piso capaz de suportar uma carga de no mínimo 2,4kpa;
f) porta com largura mínima de 90cm e 200cm de altura com abertura voltada para fora, com chaveamento somente pelo lado de fora;
g) umidade e temperatura com controle ininterrupto (umidade de 30% a 50% e temperatura de 21°C);
h) sistema de proteção contra incêndio;
i) provida com sistema de aterramento conforme recomendações da EIA/TIA 607;
j) parede de 2,4m de altura revestida com painéis de madeira compensada AC (antichamas) de 20mm de espessura para fixação de dispositivos de conexão (blocos IDC110, por exemplo);
k) tomadas de energia estabilizadas para os racks dos equipamentos e tomadas independentes para atividades de manutenção localizadas em intervalos de 1,8m por todo o perímetro da sala;
l) sistema de alimentação elétrica independente do restante da edificação;
m) espaço lateral e frontal de 1,2m do rack.

Exemplo Sala de Telecomunicações
Exemplo Sala de Telecomunicações

Conheça a seguir 2 tipos de armários de telecomunicações utilizados: os racks, usados em edifícios comerciais de grande porte, e as brackets, usadas em edifícios onde a quantidade de equipamentos é pequena.

Rack

Os racks são gabinetes utilizados para o acondicionamento de equipamentos de redes de computadores, como switches, roteadores, patch panels, etc. Veja algumas determinações dos racks:

a) possuem largura padrão de 19 polegadas (482,6mm);
b) podem ser de dois tipos: os racks abertos, que são estruturas metálicas retangulares fixadas no piso, indicadas para ambientes protegidos; e os racks fechados, que possuem porta de vidro ou acrílico, sendo assim, possuem maior segurança para os equipamentos instalados em seu interior, podendo ser fixados em paredes ou pisos;
c) para o perfeito dimensionamento do rack, é importante relacionar os equipamentos que serão instalados, sabendo que cada equipamento possui altura padrão de 1U.
d) U (1U = 44,45mm);
e) é recomendável que exista espaçamento de 1U entre os ativos de rede instalados no rack, para a ventilação e troca de calor;
f) outro fator importante é dimensionar que para cada path panel deverá haver um organizador de cabos.

Rack Fechado (esquerda), Rack Aberto (direita)
Rack Fechado (esquerda), Rack Aberto (direita)

Sala de equipamentos

A sala de equipamentos (equipment room) é o espaço que contém grande parte dos equipamentos para prover os serviços de telecomunicação da edificação. É o ponto inicial do sistema de Backbone. É nesta sala que se encontram os dispositivos de terminação de conexões (patch panels, blocos IDC, entre outros), assim como os servidores da rede, as centrais PABX, os roteadores, os switches, o modem, as centrais de monitoramento e alarme, os sistemas CFTV, entre outros.
Entretanto, vale destacar que independente das dimensões das instalações do edifício, a área mínima dessa sala não poderá ser inferior a 14m2, conforme apresenta a tabela a seguir.

Área de TrabalhoÁrea p/ Sala de Equipamentos (m2 )
Até 10014
De 101 a 40037
De 401 a 80074
De 801 a 1200111

De acordo com Pinheiro (2003), “uma sala de equipamentos é definida como qualquer espaço onde se localizam equipamentos de telecomunicações comuns aos residentes ou funcionários de um edifício.” A sala de equipamentos é projetada para atender o edifício inteiro ou todo um campus, devendo seguir recomendações específicas além das citadas na sala de telecomunicações, conforme prevê a norma. Veja, a seguir, alguns detalhes sobre a sala de equipamentos:
a) a localização da sala deve possuir acesso, para expansão futura e novos equipamentos;
b) a sala de equipamento deverá prover 0,07m2 para cada 10m2 de espaço na área de trabalho, e o tamanho não deverá ser inferior a 14m2 ;
c) temperatura na faixa de 18 a 24 graus centígrados e 30 a 50% de umidade;
d) deverá possuir, no mínimo, um eletroduto de 1 1⁄2 “ disponível para interligar a sala de equipamento ao aterramento do edifício;
e) proteção secundária contra voltagem ou pico de energia para equipamentos eletrônicos que estão conectados a cabos (campus de Backbone) que se estendam entre edifícios;
f) possuir sistema de condicionamento da rede elétrica (nobreak, estabilizadores ou mesmo geradores de energia);
g) carga de piso;
h) controle de acesso de pessoas não autorizadas à sala;
i) considerar EMI e fire-stopping.

Entrada de facilidades

Trata-se do local que interliga todos os serviços de telecomunicações externos (serviços das concessionárias, sistemas de antenas e provedoras) com o cabeamento interno da edificação. Veja um exemplo, na figura a seguir.

Infraestrutura de entrada
Infraestrutura de entrada

A entrada de facilidades requer alguns requisitos, tais como:
a) todos os cabos de entrada precisam estar devidamente aterrados nessa sala;
b) cabos “geleados” de fibra ou metálicos devem ter acabamento de contenção do gel;
c) pode ter distribuição por cabos aéreos (postes) ou tubulação subterrânea;
d) encaminhamentos (tubulações e dutos) redundantes e retardantes à chama (firestop);
e) outras especificações semelhantes às apresentadas para as salas de telecomunicação e equipamentos.
Quanto ao dimensionamento da sala, recomenda-se um espaço de parede de 2,5m de altura, com painéis de compensado AC, com comprimento descrito na tabela a seguir.

Área Geral (M2 )Comprimento da Parede (M)
5000,99
10000,99
20001,06
40001,725
50002,295
60002,40
80003,015
100003,63

A evolução deste assunto seria a instalação de cabeamento estruturado para Datacenters, mas esse assunto esta além do escopo desta disciplina.

 

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